Autor:
Altayr José Mattedi
Rua Dr. Renato Araújo Maia, 350
Nova Venécia (ES).
Seminário Seráfico São Francisco de Assis - Santa Teresa (ES)
Memórias de um ex-seminarista
Prefácio
Após mais de sessenta anos e com muita saudade, estou olhando para trás e tentando lembrar-se dos acontecimentos ocorridos à época em que fui seminarista no Seminário Seráfico São Francisco de Assis em Santa Teresa (ES), entre os anos de 1954 e 1960 (inclusive). Estudei cinco anos e meio no Velho Seminário e um ano e meio no Novo Seminário . O que diferencia "Velho Seminário e Novo Seminário" é apenas o endereço. O Seminário velho ficava localizado no final da rua Coronel Bonfim Júnior, ao lado da rodovia que vai para Itarana e Itaguaçu. O Seminário novo, carinhosamente chamado de "Gigante cor de rosa" foi construído no Bairro Dois Pinheiros, ao lado da rodovia (atualmente rua) que vai para Santa Leopoldina (ES), no outro extremo da cidade. O primeiro, de instalações bem modestas, funcionou de 1935 a junho de 1959. O segundo, com instalações bem mais amplas e modernas funcionou de junho de 1959 a 1971. Em 1972, porém, o Seminário da sua forma tradicional foi desativado e criou-se o "Educandário Seráfico São Francisco de Assis", a ESFA, oferecendo cursos para ambos os sexos em regime de externato.
De 1935 a 1971 passaram por aquelas duas casas, a Velha em torno de 800 jovens seminaristas, oriundos das mais diversas regiões, principalmente do Espírito Santo e de Minas Gerais.
De todo esse montante, houve apenas pouco mais de 20 ordenações sacerdotais. Nos meus sete anos de interno convivi com aproximadamente 175 desses jovens e muitas coisas aconteceram por lá: a rotina do dia a dia, os passeis, as brincadeiras, os castigos, a disciplina férrea, as gírias, as pequenas desavenças e muito mais.
Assim, tudo aquilo que tive o privilégio de lembrar, e continuo lembrando, e que aqui vai mencionado não evoca qualquer tipo de mágoa ou desconsideração. São simples recordações de uma época, assaz longínqua em tudo era diferente: a educação, as comunicações, os costumes e tudo enfim. É notório que muitas coisas que constam neste apanhado não têm, em si, muita ou nenhuma importância. Eles servem apenas como "isca" para o caro leitor ex-seminarista trazer à tona algum outro fato adormecido e mais relevante, correlacionado, num efeito cascata.
Este documentário é um trabalho ainda inacabado e vem sofrendo constantes alterações; ora corrigindo-se dados já inseridos, ora acrescentando-se novas informações e imagens. Embora ele seja de cunho geral, julgamos que, pela sua particularidade, todo esse conteúdo de informações e histórias aqui retratadas será mais bem assimilado por aquelas pessoas que passaram por aquela casa "Capuchinha", no período de 1954 a 1960.
Introdução:
No início do ano de 1954, aos 10 anos de idade, meu pai me levou para o internato Seminário Seráfico São Francisco de Assis dos frades capuchinosa em Santa Teresa-ES. Lá permaneci até o final de 1960 quando o diretor do Semináriko na época, frei Geraldo de Sortino, disse a meu pai que eu não poderia voltar das férias para o Seminário porque não tinha vocação para ser padre. No ano seguinte, então, fui estudar no Colégio Conde de Linhares, em Colatina-ES.
Assim como os espartanos, na Grécia antiga, que entregavam suas crianças aos cuidados do Estado, os seminaristas também eram entregues ao Seminário sob os cuidados dos padres capuchinhos que, à sua maneira, cuidavam deles muito bem . Na verdade, só convivíamos com nossa família vinte dias por ano.
Não obstante os contratempos, às vezes cruéis, a enorme saudade da família e outras pequenas adversidades, somente muitos anos mais tarde eu compreendi a importancia daquele internato, onde a gente tinha tudo à mão e nem percebia: cama, comida, ofícios religiosos, roupa lavada, sala de estudo, aulas, professores à disposição, futebol, área para inúmeros lazeres, passeios, tudo isso num só ambiente e com disciplina.
Na década de 1950 o ônibus que fazia a linha entre Santa Teresa e Colatina retornava à Santa Teresa às 14h00 saindo de um "ponto" em frente a um bar localizado na esquina da avenida Getúlio Vargas com a praça Frei José, próximo a Igreja Matriz de Colatina. Segundo apuramos esse bar pertencia ao senhor Ângelo Castelluber "Angelim", cujos descendentes, ainda hoje, têm comércio por ali. Naquela época não havia rodoviária e aquela praça servia também de "ponto" para diversos outros ônibus que faziam a linha para o interior do estado.
Para vencer os 60 km que separavam as duas cidades, o coletivo levava em torno de três horas, chegando à Santa Teresa por volta das 17h00. O condutor ou dono, não sei, do veículo era o senhor "Tite Avancini". Pois, foi nesse ônibus que cheguei à Santa Teresa acompanhado de meu pai, senhor Francisco José Mattedi, que com minha mala canastra às costas subiu pela rua Coronel Bonfim Júnior chegando às dependências do Seminário. Passarmos pela recepção e subimos uma escadaria de madeira rumo ao dormitório. Após nos despedirmos e mal meu pai virou as costas me vi envolto num ambiente estranho e austero me sentindo abandonado e muito só. Fui tomado por uma grande angustia, sendo esse um dos momentos mais triste de minha vida. Voltei a ver minha família somente no final do ano, nas férias de 20 dias. Em seguida, fui conduzido por Gentil Francisco Mattedi (turma de 1952) para tomar banho e depois ao refeitório para jantar. Aquele primeiro contato com a água mais que gelada e a comida sofrível que me foi servida em seguida eram indícios claros de que as coisas por ali não seria muito fáceis.
Por uma questão de eterna gratidão, menciono que meu enxoval de "Seminário" foi todo confeccionado e organizado, inclusive a "canastra" por meus tios, o casal Vitório Emanuele Mattedi e Odete Nunes Mattedi, pelos quais tenho a mais profunda admiração. Eles moravam em Pancas, onde estudei em 1953 o 2º ano primário, no grupo escolar "Araribóia".
A lotação do Seminário velho girava em torno de 60 seminaristas. A maioria dos internos era aqui do Espírito Santo e Minas Gerais. Eles eram recrutados principalmente nas área de influência dos Padres Capuchinhos de Santa Teresa (ES), Itambacuri (MG), Conceição do Mato Dentro (MG), Mantena (MG), Virginópolis (MG), Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Entre os seminaristas capixabas e mineiros havia uma pequena rivalidade, com chacotas de lado a lado, mas sem muita relevância.
Um dos fundadores do Seminário em Santa Teresa (ES) foi Frei Dionísio de Monterosso e os diretores foram:
Frei Afonso Bellomo de Calascibetta: de 1935 a 1938.
Frei Tarcísio Infantino de Palazzolo: de 1939 a 1947
Frei Jamaria La Pila de Sortino: de 1948 a 1953
Frei César João Broetto de Santa Teresa: de 1954 a 1959
Frei Geraldo Ferrante de Sortino: de 1960 a 1962
Frei Anselmo Corteletti de Santa Teresa: de 1963 a 1964
Frei Antônio Elizeu Zuqueto de Resplendor: 1966 (interinamente)
Frei José Corteletti de Santa Teresa: de 1967 a 1971.
O Velho Seminário:
O prédio que abrigava as instalações do "Velho Seminário " é muito antigo. Ele foi construído por volta de 1901. Ali funcionou primeiramente o colégio "Rita Macchavelli Baberini" e depois o colégio militar “Ítalo Brasileiro”. O Seminário dos Padres Capuchinhos veio depois. Ele foi instalado em 24.02.1935.
O acesso à área do Seminário se dava através de uma pequena ponte de madeira sobre o rio São Lourenço, afluente do rio Timbuí, que formava logo abaixo uma pequena cachoeira e movimentava a marcenaria da família Salviatto. Após a ponte, à esquerda, tinha-se acesso à porta principal de entrada do Seminário e à direita, adentrava-se num pátio, que eu chamo de "pátio inferior", através de um portão de madeira incrustado numa cerca de ripas serradas, tudo entre colunas de alvenaria.
A cerca de ripas se originava no canto do prédio e se estendia até ao parapeito da ponte, fazendo antes um "L" para a direita. A partir dela e fechando a área do lado da estrada que vai para Itaguaçu e Itarana, havia um muro com pouco mais de um metro de altura que ia ter a um dos cantos do teatro (casarão). Esse muro era assentado sobre um paredão de arrimo com 4 metros de altura feito de pedras e que corria paralelo ao longo do rio São Lourenço. Não lembro, mas alguém me disse certa vez que ele era chamado de "Muro das lamentações" porque debruçados nele e com muita melancolia os meninos ficavam olhando em direção à estrada, na curva do Giuseppe Salviatto, na vã esperança de ver surgir por ali algum parente ou conhecido, o que raramente acontecia.
O teatro (casarão) acima referido era uma construção polivalente. Além de teatro, era utilizado também como depósito e guarda de bugigangas em geral. Ao lado dele havia a gruta Nossa Senhora de Lourdes, local de fé e orações, mas também palco de muitos castigos pelas nossas indisciplinas: "Vá para a gruta, dizia o Frei".
Por detrás desse galpão ficava o pequeno sítio do senhor Carlos Caser, onde, de maneira sorrateira, fazíamos rápidas incursões para surrupiar alguma fruta.
Pelos diversos lados, os limites do pátio inferior eram; o prédio em si, a escadaria com balaustre, um barranco, o teatro (casarão) e, como já mencionado, o muro e a cerca de ripas serradas. Ali corríamos, jogávamos bolinhas de gude, pião, ferrinho, "batíamos" nossas peladas, etc. Lembro vagamente, mas nas proximidades do teatro (casarão) havia um bonito ingazeiro.
Havia outro pátio, que eu chamo de "pátio superior", que ficava no outro lado do prédio, num nível mais elevado. Por cima desse pátio, numa pequena encosta havia vários pés de ameixa amarela. Dizemos, em tempo, que pegar ameixa sem autorização era proibido e passível de punição. Mas, sempre havia alguém mais atrevido que surrupiava às escondidas alguma frutinha aqui e ali.
Da extremidade desse pátio saía uma trilha que levava a uma bonita mata no topo do terreno
e também uma estrada que conduzia ao nosso campinho de futebol localizado num recanto a uns 200 m de distancia da sede. Esse campinho deveria medir uns 60 x 40 m ou talvez menos e os funcionários do Banco do Brasil e a rapaziada da rua costumavam jogar suas peladas ali. Provindo de uma grota próxima um suave e límpido regato descia por um pequeno vale e atravessava o pátio superior numa valeta cimentada. Parte dessa água escorria por uma
rampa cimentada e parte era canalizada para dentro de um reservatório de cimento, servindo ambos para limpeza das latrinas. No âmbito interno as instalações eram precárias e tudo ali era muito modesto. Os vasos sanitários, em número de oito ou dez, eram pequenas elevações de cimento com um buraco no centro. Os chuveiros, que dividiam o espaço com os lavatórios, consistiam em umas cinco ou seis saídas d’água de um cano único suspenso no teto e os banhos eram coletivos e tomados de calção. Algumas tubulações eram de chumbo. Não havia azulejos e todo aquele ambiente era estruturado em cimento rústico tornando tudo aquilo muito primitivo e desagradável.
Além da escadaria externa com balaustre, que unia o pátio inferior a uma das portas da "sala de estudos", mas que era pouco utilizada, havia uma escadaria interna, coberta, que ocupava uma posição estratégica importante. Ela era a artéria de acessos aos diversos setores de nossas atividades. Ela começava na pequena área do corredor que levava aos sanitários e chuveiros e terminava lá no alto na porta principal da "sala de estudos". Saindo pelas suas laterais, havia duas escadarias secundárias; A primeira, à esquerda de quem sobe, era de cimento e conduzia a uma plataforma de madeira e daí à capela e refeitório. A segunda, à direita e quase em frente à primeira, era de madeira e levava ao dormitório. Subindo um pouco mais e também à direita, tinha a porta do cômodo denominado "Toalhas", onde eram guardados nossos diversos pertences (mala, sapato, materiais de higiene, brinquedos, etc). Lá no topo, após a "sala de estudos", havia quatro salas de aula com a frente voltada para um pequeno pátio. A tipografia do Seminário, sob os cuidados de Jorge José Giurizatto, estava instalada depois dessas salas de aula, mais aos fundos. Mais tarde, por volta de 1957, essa tipografia foi transferida para o casarão
As portas da capela e do refeitório ficavam frente a frente. Em 1957 o refeitório foi transferido para o segundo pavimento de um anexo recém construído e o antigo refeitório passou a ser um dormitório.
Os aposentos dos "Frades" ficavam no primeiro piso e o aposento do diretor (leia-se Frei César), em especial, ficava no segundo piso e possuía uma janelinha estratégica que permitia ao "Frei Diretor" espionar discretamente tudo o que se passava dentro de nosso dormitório.
O ambiente dos seminaristas e o ambiente restrito aos padres eram separados por uma portinhola de mola. Ali, ao seu lado, havia uma sineta pendurada num suporte de madeira a uns três metros de altura que, de acordo com o toque, anunciava nossos deveres ou lazeres (estudo, aula, capela, recreio, etc). Aquela sineta era implacável e precisa. Ela fazia parte integrante de nossa rotina e era testemunha de tudo o que se passava por ali.
A construção do Novo Seminário, lá no Bairro Dois Pinheiros, teve início em 1955 sob a batuta de Frei Modesto Vacarri e do engenheiro italiano Ricardo Buffa, falecido em 1957.
Em 15.06.1959, embora não estivesse ainda totalmente concluído, foi feita toda a mudança do Velho para o Novo Seminário. Posteriormente o "velho prédio" foi reformado instalando-se ali o Hospital Mãe do Bom Conselho das irmãs da Congregação Santa Catarina que, por sua vez, se mudaram para outro endereço
Atualmente é a casa de retiro dos padres capuchinhos “Fratello Sole e Sorella Luna” (Irmão sol e irmã lua).
Os Frades:
Os Frades:
Os frades abaixo relacionados referem-se somente àqueles os quais conheci pessoalmente durante meu tempo de internato. Evidentemente que houve muitos outros que trabalharam em Santa Teresa, quer no Seminário ou quer somente na paróquia.
Frei Antônio Elizeu Zuchetto (Elizeu Zuchetto). Natural de Resplendor (MG). Foi ordenado em Santa Teresa em 19.03.195, juntamente com Frei Anselmo Corteletti, pelo bispo Dom José Joaquim Gonçalves. Atuou em Santa Teresa em 1956, de 1966 a 1974 e em Itambacuri em 1957, 1958 e de 1963 a 1965. Foi vice-provincial (1975/1980) e nomeado bispo em 25.03.1980 trabalhando em Teixeira de Freitas (BA). Faleceu em 23.08.2016 em Colatina e foi sepultado em Teixeira de Freitas (BA).
Frei Apolinário de Sortino (Giuseppe Cavarra). Foi pároco em Santa Teresa (ES) de 1957 a 1962
Frei Carlos Biassutti (Luiz Carlos Biasutti). Natural de Santa Teresa (ES). Foi ordenado em Santa Teresa em 01.07.1957. Era professor de Português e Inglês. Por volta de 1970 deixou o sacerdócio e dedicou-se a magistratura. Foi desembargador em Belo Horizonte (MG). Está aposentado.
Frei César João Broetto (João Broetto). Natural de São José, Santa Teresa (ES). Foi ordenado em 03.07.1949. Foi vice-diretor do Seminário de 1949 a 1953 e, depois, diretor de 1954 a 1959. Foi custódio provincial de 1969 a 1972. Era professor de Português, Latim e Geografia e um grande desportista. Em janeiro de 1998 ele lançou o livro "Memórias". Já é falecido.
Frei Daniel de Mineo. (Luigi Salerno). Foi vigário de Santa Teresa de 1948 a 1951 e de 1959 a 1960 e em 1963. Tinha por hábito carregar um lenço na manga da batina. Quando ele raspava a garganta, segurava o lenço aberto com as duas mãos e cuspia nele o espesso produto. A pontaria era certeira. Ele faleceu no Convento de Gela na Itália em 14.09.1988.
Frei Inocêncio de Comiso (Salvatore Baggieri). Foi grande missionário no interior de Minas Gerais, principalmente na região de Mantena. Era conhecido como "Vigário da Mata". Encaminhou muitos jovens para o Seminário. Faleceu em 13.02.1971.
Frei Lourenço de Santa Teresa (Abílio Mattielo). Natural de Santa Teresa. Era irmão leigo. Saiu em 1965, voltando ao nome civil de Abílio Mattielo
Frei Rafael Gangi de Mineo (Giovanni Gangi). Foi vigário de Santa Teresa e São Roque do Canaã de 1951 a 1957. Faleceu em 04.07.1976.
Frei Serafim José Pereira (Ex-Frei Raimundo). Natural de Itambacuri (MG). Nasceu em 14.10.1928 e faleceu em 03.08.2019. Foi ordenado sacerdote em 10.08.1952. Em 1998 ele lançou o livro "Missionários Capuchinhos - 1840/1997" com mais de 700 páginas.
Frei Silvestre Castilletti de Ragusa (Ângelo Castilletti). Nasceu em 22.03.2019 e faleceu
em 11.07.2017. Veio para o Brasil em 1946, juntamente com outros 11 missionários. Foi
vigário de Santa Teresa-ES de 1951 a 1957.
Frei Sisto Veca de Cássaro (Salvatore Veca). Foi custódio provincial de 1957 a 1962, de 1966 a 1968 e de 1972 a 1974. Foi a mola mestre na construção do Novo Seminário. Sempre comparecia no Seminário por ocasião das provas de final de ano.
Frei Vital André Ronconi (André Ronconi). Foi o primeiro sacerdote teresense. Nasceu em 31.03.1923 e faleceu em 01.02.2017. Foi ordenado no Rio de Janeiro em 21.05.1947. Atuou em Itambacuri de 1948 a 1955 e em Santa Teresa em 1956. Depois foi para o Rio de Janeiro, onde faleceu .
O Corpo Funcional:
Todos os serviços básicos no âmbito do Seminário, como limpeza dos banheiros, varredura dos pátios, lavagem das louças, arrumação das camas e da capela eram executados pelos próprios seminaristas numa escala que periodicamente era mudada. Os servidores externos que prestavam algum tipo de serviço ao Seminário eram poucos, restringindo-se praticamente às cozinheiras, motorista e tipógrafo.
Lembramos dos seguintes:
Maria Ronconi Sclauzero. Era cozinheira do Seminário e mãe dos seminaristas Genésio Antônio Sclauzero, José Maria Sclauzero e Miguel Arcanjo Sclauzero.
Adalto Ferrari. Era motorista do Seminário
Albino Giuseppe Rover. Foi motorista do Seminário antes do Adauto Ferrari. Essa informação me foi passada pelo senhor Ivan Rover, seu filho.
Luiz Zuchetto. Era irmão de Frei Antônio Elizeu Zuchetto. Foi sacristão, sineiro da igreja Matriz, preparador de hóstias e zelador do Seminário. Era muito bem quisto pelos seminaristas.
Jorge José Giurizatto. Era tipógrafo do Seminário, responsável pela impressão do jornalzinho "A Voz do Seminário". Era muito bem quisto por nós seminaristas que, em nossa visão de criança o admirávamos pela distancia que arremessava uma bolinha de gude. (Fonte da foto: Livro "Santa Teresa - Viagem ao Tempo" de Sandra Gasparini)
Luiz Zuchetto. Era irmão de Frei Antônio Elizeu Zuchetto. Foi sacristão, sineiro da igreja Matriz, preparador de hóstias e zelador do Seminário. Era muito bem quisto pelos seminaristas.
Jorge José Giurizatto. Era tipógrafo do Seminário, responsável pela impressão do jornalzinho "A Voz do Seminário". Era muito bem quisto por nós seminaristas que, em nossa visão de criança o admirávamos pela distancia que arremessava uma bolinha de gude. (Fonte da foto: Livro "Santa Teresa - Viagem ao Tempo" de Sandra Gasparini)
Antônio Martinelli. Não era servidor do Seminário, mas foi uma figura marcante na vida dois seminaristas. Morava no Bairro São Lourenço e tinha um caminhão "Chevrolet Gigante" que, um sem número de vezes, nos transportou para diversos lugares nos passeios que fazíamos. Teve dois filhos que estudaram no Seminário: Alceu Bernardo Martinelli (turma 1956) e Nilo Inocêncio Martinelli (turma de 1960).
(Fonte da foto: Livro "Santa Teresa Viagem no Tempo" de Sandra Gasparini)
Os Colegas:
Na parte final deste documentário há uma relação completa de todos os seminaristas de 1935 a 1971 extraída do livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa" de Frei José Corteletti. Os nomes a seguir relacionados referem-se somente àqueles colegas dos quais, por um motivo ou outro, me recordo com mais clareza. A data entre parenteses refere-se ao ano de ingresso deles no seminário.
Adão Pedro de Brito Prata (1953). Natural de Mantena-MG. Fez o noviciado com o nome de Frei Marcelino. Saiu em 1961.
Adelques Paulo Tonini (1954) . Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES.
Aguilar Ângelo Simonassi (1954). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Já e falecido.
Ailton Ribas (1955). Natural de Itambacuri-MG. Já é falecido,
Alceu Bernardo Martinelli (1956). Natural de Santa Teresa-Es, Bairro São Lourenço.
Alcino Luiz de Souza (1954).Natural de Manhuaçu-MG. Fez o noviciado em Taubaté (SP) com o nome de Frei Jaime (irmão leigo). Saiu em 1961
Aldicir Tonini (1956). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã - ES. Falecido.
Aldivas Mattedi (1957). Natural de São Gabriel da Palha-ES. Matrícula nº 27.
Anísio de Almeida Moreno (1959).
Antônio Camargo Rocha (1954).
Antônio de Paula (1955). Natural de Barra de São Francisco-ES. Fez o noviciado em Conceição do Mato Dentro (MG) com o nome de Frei Matias (irmão leigo). Saiu em 1962.
Antônio Elias Mattedi (1954). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com nome de Frei Oto (irmão leigo). Saiu em 1973 e faleceu em 15.02.2000.
Antônio Lídio Tófolli (1956). Natural de Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Vítor. Saiu em 1965. Já é falecido.
Aventino Gilberto Demattè (1956). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES.
Aylton Mattedi (1958). Natural de São Gabriel da Palha-ES. Matrícula nº 2. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Renato. Saiu em 22,03.1968.
Carlos Alberto Bela Rosa (1954). Natural de Caldeirão, Santa Teresa- ES.
Clodival Fábris (1953). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Ordenou-se sacerdote em 1968 com o nome de Frei Paulino.
Cloves Augusto Mattedi "Clovim" (1960). Natural de Mantena-MG.
Clovis Varejão Merlo (1958).
Dalton Batista Coelho (1959. Natural de Virginópolis-MG. Falecido.
Deladier Simonassi (1954). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Já e falecido.
Desidério Bonifácio Roldi (1958). Natural de São Roque do Canaã-ES. Já é falecido
Edmar Pretti (1953). Natural de São Domingos do Norte-ES.
Edson de Abreu Gama (1960).
Ênio Pedro Loss (1955).
Eusébio Bento Roccon (1959). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES.
Evandro Batista Coelho (1956). Natural de Virginópolis-MG.
Francklin Delano Magalhães (1959).
Gentil Francisco Mattedi (1952). Natural de Miracema (Santo Antônio), Colatina-ES.
Geraldo Saldanha (1954). Natural de Central de Minas - MG.
Idomar José Taufner (1953). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Já é falecido.
Itamar José Tonini (1956). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Após sair do Seminário jogou a Copa União (antigo Campeonato Brasileiro), em 1964, pelo Rio Branco de Vitória. Teve também uma breve passagem pelo Vasco da Gama do Rio.
Jacir Antônio Taufner (1952). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES.
Jair Fanti (1955). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fabricava pequenos quadros e nichos. Após sair do Seminário dedicou-se a mineralogia (minas e lavras).
Jair José Cuquetto (1951). Natural de Farturinha, São Gabriel da Palha-ES. Ordenou-se sacerdote em 1964 com o nome de Frei Elias. Saiu em 1998.
Jandiro Perini (1956).
Jayr Antônio Sylvestre (1951). Natural de Santa Júlia, São Roque do Canaã-ES. Ordenou-se sacerdote em 1966 com o nome de Frei Ângelo, mudando depois para Frei Jayr Antônio Sylvestre.
João Batista Gracelli (1957). Natural de São Gabriel da Palha-ES.
João Marcarini Filho (1960). Natural de Nova Venécia-ES.
Jonas Simonassi (???). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES.
Jorge Veiga Ulberg (1957). Natural de Resende - RJ. Ordenou-se sacerdote em 1969 com o nome de Frei Marcelo mudando depois para Frei JorgeVeiga Ulberg. Faleceu em novembro de 2016.
José Pereira Alves "Coé" (1956). Natural de Itambacuri-MG. Já é falecido.
José Carlos Mattedi (1960). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei José Carlos. Saiu em 01.11.1972.
José Fabiano de Souza (1952). Natural de Conceição do Mato Dentro-MG.
José Fernandes da Silva Neto "Iéié" (1954). Natural de Mantena-MG.
José Maria Sclauzero (1951). Natural de Santa Teresa-ES.
José Maria Zanetti (1960). Natural do Córrego Frio, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Tadeu. Saiu em 1967.
Juvenil Bicalho (1958). Natural de Manhuaçu-MG. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Newton (irmão Leigo). Saiu em 1965.
Léo Fernandes (1954). Natural de Mantena-MG.
Lourival Pereira da Silva (1953). Natural de Pancas-ES,
Luiz de Bessa e Silva (1959). Natural de Frei Gaspar-MG. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Maurício. Saiu em 1966.
Marcos Fábio Coitinho (1958).
Miguel Arcanjo Sclauzero (1955).Natural de Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Conceição do Mato Dentro-MG com o nome de Frei Marcos. Saiu em 1967.
Moacir Luchi (1952). Natural de Reta Grande, Colatina-ES.
Nailton Ronconi (1954). Natural de Santa Teresa-ES. Era sobrinho do Frei Vital André Ronconi. Ele tinha certa dificuldade para falar e andar. Torcia com paixão pelo Fluminense do Rio. Na queda de braço nenhum seminarista conseguia vencê-lo. Após sair do seminário faleceu em Governador Valadares-MG atropelado por um caminhão, enquanto andava de bicicleta.
Natalino Picinati (1953).
Nilo Inocêncio Martinelli (1960). Natural de Santa Teresa-ES, Bairro São Lourenço. Já é falecido.
Orly Lacerda de Oliveira (1959). Natural de São Gabriel da Palha-ES. Falecido.
Paulo Mattedi (1959). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Paulo. Saiu em 1972.
Rivadávia Fernandes da Silva (1950). Natural de Mantena-MG.
Roberto Luiz Zamprogno (1956). Natural de Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Conceição do Mato Dentro-MG. com o nome de Frei Sebastião. Saiu em 1966.
Ubirajara de Abreu Gama (1960).
Valdevino Antônio dos Santos (1957). Natural de Itambacuri-MG. Falecido.
Valteir Lacerda de Oliveira (1959). Natural de São Gabriel da Palha-ES.
Vander Justino dos Reis (1954).
Vital André Tóffoli (1960). Natural de Santa Teresa-ES.
Vitalino José Moscon (1958). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES.
Vitorino Martins (1958). Natural de Córrego General Rondon, São Gabriel da Palha-ES.
Já e falecido.
Vitório Roccon (1955). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES. Já é falecido.
Alguns colegas cujos nomes estamos, ainda, em busca de identificação:
Carioca: Era o Rio de Janeiro. Em 1954, quando cheguei no Seminário, ele já estava lá.
Hélcio: Era pianista. Natural do Rio de Janeiro. O nome Hélcio não consta em nenhum documento consultado.
Carmelo: Era italiano.
Dante: Natural de Barra de São Francisco. Uma vez quebrou o braço numa queda. O nome Dante não consta em nenhum documento consultado.
Jonas Simonassi. Natural de São Jacinto. Seu nome não aparece em nenhum documento consultado.
Documentos consultados:
Livro "Memórias" de Frei César João Broetto.
Livro "Missionários Capuchinhos" de Frei Serafim José Pereira (Ex-Frei Raimundo),
Livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa" de Frei José Antônio Corteletti,
Documentário "Centenário do Município de Santa Teresa-ES", de Luiz Carlos Biasutti.
Alguns poucos ex-colegas seminaristas.
Disciplina e Rotinas:
Ao sermos matriculados no Seminário recebíamos um número que, além de outras finalidades, servia para marcar nossa roupa. O meu número era 13. O número do meu irmão Aldivas Mattedi era 27 e o número de meu outro irmão, Aylton Mattedi, era 2. Nossas atividades diárias seguiam rigorosamente os horários pré determinados, quer para os deveres, quer para os lazeres. A disciplina era severa e os castigos, quando necessários, eram impostos conforme a transgressão. Eram assim: ficar em pé, ficar de joelhos, ficar sem merenda, ficar sem jogar futebol, ir para a capela, ir pra gruta, puxão de orelhas, "cascudo" e alguns bofetões, etc.
Adão Pedro de Brito Prata (1953). Natural de Mantena-MG. Fez o noviciado com o nome de Frei Marcelino. Saiu em 1961.
Adelques Paulo Tonini (1954) . Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES.
Aguilar Ângelo Simonassi (1954). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Já e falecido.
Ailton Ribas (1955). Natural de Itambacuri-MG. Já é falecido,
Alceu Bernardo Martinelli (1956). Natural de Santa Teresa-Es, Bairro São Lourenço.
Alcino Luiz de Souza (1954).Natural de Manhuaçu-MG. Fez o noviciado em Taubaté (SP) com o nome de Frei Jaime (irmão leigo). Saiu em 1961
Aldicir Tonini (1956). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã - ES. Falecido.
Aldivas Mattedi (1957). Natural de São Gabriel da Palha-ES. Matrícula nº 27.
Anísio de Almeida Moreno (1959).
Antônio Camargo Rocha (1954).
Antônio de Paula (1955). Natural de Barra de São Francisco-ES. Fez o noviciado em Conceição do Mato Dentro (MG) com o nome de Frei Matias (irmão leigo). Saiu em 1962.
Antônio Elias Mattedi (1954). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com nome de Frei Oto (irmão leigo). Saiu em 1973 e faleceu em 15.02.2000.
Antônio Lídio Tófolli (1956). Natural de Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Vítor. Saiu em 1965. Já é falecido.
Aventino Gilberto Demattè (1956). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES.
Aylton Mattedi (1958). Natural de São Gabriel da Palha-ES. Matrícula nº 2. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Renato. Saiu em 22,03.1968.
Carlos Alberto Bela Rosa (1954). Natural de Caldeirão, Santa Teresa- ES.
Clodival Fábris (1953). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Ordenou-se sacerdote em 1968 com o nome de Frei Paulino.
Cloves Augusto Mattedi "Clovim" (1960). Natural de Mantena-MG.
Clovis Varejão Merlo (1958).
Dalton Batista Coelho (1959. Natural de Virginópolis-MG. Falecido.
Deladier Simonassi (1954). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Já e falecido.
Desidério Bonifácio Roldi (1958). Natural de São Roque do Canaã-ES. Já é falecido
Edmar Pretti (1953). Natural de São Domingos do Norte-ES.
Edson de Abreu Gama (1960).
Ênio Pedro Loss (1955).
Eusébio Bento Roccon (1959). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES.
Evandro Batista Coelho (1956). Natural de Virginópolis-MG.
Francklin Delano Magalhães (1959).
Gentil Francisco Mattedi (1952). Natural de Miracema (Santo Antônio), Colatina-ES.
Geraldo Saldanha (1954). Natural de Central de Minas - MG.
Idomar José Taufner (1953). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Já é falecido.
Itamar José Tonini (1956). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES. Após sair do Seminário jogou a Copa União (antigo Campeonato Brasileiro), em 1964, pelo Rio Branco de Vitória. Teve também uma breve passagem pelo Vasco da Gama do Rio.
Jacir Antônio Taufner (1952). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES.
Jair Fanti (1955). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fabricava pequenos quadros e nichos. Após sair do Seminário dedicou-se a mineralogia (minas e lavras).
Jair José Cuquetto (1951). Natural de Farturinha, São Gabriel da Palha-ES. Ordenou-se sacerdote em 1964 com o nome de Frei Elias. Saiu em 1998.
Jandiro Perini (1956).
Jayr Antônio Sylvestre (1951). Natural de Santa Júlia, São Roque do Canaã-ES. Ordenou-se sacerdote em 1966 com o nome de Frei Ângelo, mudando depois para Frei Jayr Antônio Sylvestre.
João Batista Gracelli (1957). Natural de São Gabriel da Palha-ES.
João Marcarini Filho (1960). Natural de Nova Venécia-ES.
Jonas Simonassi (???). Natural de São Jacinto, São Roque do Canaã-ES.
Jorge Veiga Ulberg (1957). Natural de Resende - RJ. Ordenou-se sacerdote em 1969 com o nome de Frei Marcelo mudando depois para Frei JorgeVeiga Ulberg. Faleceu em novembro de 2016.
José Pereira Alves "Coé" (1956). Natural de Itambacuri-MG. Já é falecido.
José Carlos Mattedi (1960). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei José Carlos. Saiu em 01.11.1972.
José Fabiano de Souza (1952). Natural de Conceição do Mato Dentro-MG.
José Fernandes da Silva Neto "Iéié" (1954). Natural de Mantena-MG.
José Maria Sclauzero (1951). Natural de Santa Teresa-ES.
José Maria Zanetti (1960). Natural do Córrego Frio, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Tadeu. Saiu em 1967.
Juvenil Bicalho (1958). Natural de Manhuaçu-MG. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Newton (irmão Leigo). Saiu em 1965.
Léo Fernandes (1954). Natural de Mantena-MG.
Lourival Pereira da Silva (1953). Natural de Pancas-ES,
Luiz de Bessa e Silva (1959). Natural de Frei Gaspar-MG. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Maurício. Saiu em 1966.
Marcos Fábio Coitinho (1958).
Miguel Arcanjo Sclauzero (1955).Natural de Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Conceição do Mato Dentro-MG com o nome de Frei Marcos. Saiu em 1967.
Moacir Luchi (1952). Natural de Reta Grande, Colatina-ES.
Nailton Ronconi (1954). Natural de Santa Teresa-ES. Era sobrinho do Frei Vital André Ronconi. Ele tinha certa dificuldade para falar e andar. Torcia com paixão pelo Fluminense do Rio. Na queda de braço nenhum seminarista conseguia vencê-lo. Após sair do seminário faleceu em Governador Valadares-MG atropelado por um caminhão, enquanto andava de bicicleta.
Natalino Picinati (1953).
Nilo Inocêncio Martinelli (1960). Natural de Santa Teresa-ES, Bairro São Lourenço. Já é falecido.
Orly Lacerda de Oliveira (1959). Natural de São Gabriel da Palha-ES. Falecido.
Paulo Mattedi (1959). Natural de Várzea Alegre, Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Patos de Minas-MG com o nome de Frei Paulo. Saiu em 1972.
Rivadávia Fernandes da Silva (1950). Natural de Mantena-MG.
Roberto Luiz Zamprogno (1956). Natural de Santa Teresa-ES. Fez o noviciado em Conceição do Mato Dentro-MG. com o nome de Frei Sebastião. Saiu em 1966.
Ubirajara de Abreu Gama (1960).
Valdevino Antônio dos Santos (1957). Natural de Itambacuri-MG. Falecido.
Valteir Lacerda de Oliveira (1959). Natural de São Gabriel da Palha-ES.
Vander Justino dos Reis (1954).
Vital André Tóffoli (1960). Natural de Santa Teresa-ES.
Vitalino José Moscon (1958). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES.
Vitorino Martins (1958). Natural de Córrego General Rondon, São Gabriel da Palha-ES.
Já e falecido.
Vitório Roccon (1955). Natural de Caldeirão, Santa Teresa-ES. Já é falecido.
Alguns colegas cujos nomes estamos, ainda, em busca de identificação:
Carioca: Era o Rio de Janeiro. Em 1954, quando cheguei no Seminário, ele já estava lá.
Hélcio: Era pianista. Natural do Rio de Janeiro. O nome Hélcio não consta em nenhum documento consultado.
Carmelo: Era italiano.
Dante: Natural de Barra de São Francisco. Uma vez quebrou o braço numa queda. O nome Dante não consta em nenhum documento consultado.
Jonas Simonassi. Natural de São Jacinto. Seu nome não aparece em nenhum documento consultado.
Documentos consultados:
Livro "Memórias" de Frei César João Broetto.
Livro "Missionários Capuchinhos" de Frei Serafim José Pereira (Ex-Frei Raimundo),
Livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa" de Frei José Antônio Corteletti,
Documentário "Centenário do Município de Santa Teresa-ES", de Luiz Carlos Biasutti.
Alguns poucos ex-colegas seminaristas.
Disciplina e Rotinas:
Ao sermos matriculados no Seminário recebíamos um número que, além de outras finalidades, servia para marcar nossa roupa. O meu número era 13. O número do meu irmão Aldivas Mattedi era 27 e o número de meu outro irmão, Aylton Mattedi, era 2. Nossas atividades diárias seguiam rigorosamente os horários pré determinados, quer para os deveres, quer para os lazeres. A disciplina era severa e os castigos, quando necessários, eram impostos conforme a transgressão. Eram assim: ficar em pé, ficar de joelhos, ficar sem merenda, ficar sem jogar futebol, ir para a capela, ir pra gruta, puxão de orelhas, "cascudo" e alguns bofetões, etc.
Segundo nos conta Frei José Corteletti em seu livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa", a disciplina era muito mais severa quando os diretores do Seminário eram italianos. Os diretores brasileiros, a partir de Frei César João Broetto, eram mais complacentes.
Era proibido formar grupinhos, proibido andar sempre com os mesmos colegas. Conversar no refeitório só se fossemos autorizados. Quando estávamos em horário de recreio não podíamos ir para a "sala de estudo" e nem ir para a capela. De acordo com a faixa etária, os seminaristas eram divididos em "Menores", "Médios" e "Maiores".
Horários:
05h15 ................................... levantar. (aos domingos era as 06h00).
05h15/05h30 ........................ higiene pessoal.
05h30/06h15 ........................ capela (missa).
06h15/06h30 ........................ café da manhã.
06h30/07h00 ........................ estudo.
07h00/11h00 ........................ aulas.
11h00/11h30 ........................ almoço.
11h30/13h00 ........................ recreio.
13h00/14h00 ........................ estudo.
14h00/14h15 ........................ lanche
14h15/15h00 ........................ recreio
15h00/17h00 ....................... estudo.
17h00/17h30 ......................... jantar
17h30;19h00 ......................... recreio.
19h00/20h00 ......................... estudo.
20h00/20h40 ......................... capela (terço).
20h40 .................................... dormir.
Está na hora:
Todos os dias, exceto domingos e feriados, levantávamos às 05h15 da manhã. Aos domingos e feriados levantávamos às 6h00. Nós éramos acordados pelas fortes batidas de palma do Diretor que, andando por entre as camas nos saudava com o "Benedicamus Dominum" (bendigamos o senhor) e a gente, mal abrindo os olhos, respondia: "Deo gratias" (graças a Deus). A roupa era sempre trocada debaixo das cobertas.
Os Deões:
A eventual ausência do "Frei" era suprida pelos chamados "Deões". Eles eram os olheiros do Frei e eram escolhidos, geralmente, entre os mais comportados. Certa ocasião, porém, o diretor Frei César João Broetto quebrou esse pequeno protocolo e nomeou para ocupar o cargo um aluno "não muito comportado". Segundo explicações do Frei, essa medida era para botar o "sujeito" na linha.
Cadê a Sobra?
As tarefas de varrer os terreiros, limpar os sanitários, cuidar da capela e executar algum outro serviço doméstico eram incumbência dos seminaristas. Tinha uma tarefa, porém, que era muito cobiçada: era a de lavar os pratos e louças, após o jantar. Isso, para aproveitar alguma comida que sobrava da janta dos "Frades", que era de primeira qualidade.
Que Dureza!
As provas finais realizadas em dezembro eram rigorosas. As aulas terminavam dez dias antes e esse período servia para botar a matéria em dia. Havia prova escrita e prova oral. As provas orais eram ministradas por uma banca examinadora composta pelo diretor do Seminário, o professor da respectiva matéria e o temido "custódio". Esse vinha do Rio de Janeiro.
Os alunos eram chamados individualmente, sentavam-se em uma cadeira à frente dessa banca e ali eram arguidos.
Marcar Balas:
O Seminário sempre mantinha um pequeno estoque de bala doce, paçocas, pirulitos, doce de batata, doce de abóbora, pé de moleque, biscoitos e outras guloseimas e isso era vendido para aqueles seminaristas que tinham algum crédito. Esse "crédito" era uma certa importância deixada pelos nossos pais sob a guarda do "Diretor". O valor da compra era anotado em um livro de conta corrente e ia-se abatendo do saldo. Aos que não tinham esse crédito, o "Frei" sempre mandava distribuir balas ou outro tipo de doce. Esse processo acontecia uma ou duas vezes por mês, geralmente aos domingos e chamava-se "Marcar balas".
Beijinho Doce ou Beijinho Salgado?
Lá no "Velho Seminário", depois de concluída a reza do terço, por volta das 20h40, nós seguíamos em fila dupla indiana para um corredor de acesso ao nosso dormitório, para ir dormir. Ali, em pé no limiar da porta o "Frei Diretor" se postava com as duas mãos estendidas e à medida que íamos entrando beijávamos sua mão. Cada fila, com cerca de trinta alunos, se ocupava de uma mão. Essa era a nossa última tarefa do dia. Aqueles sucessivos beijos sobre beijos iam deixando sobejos e aquilo, a meu ver, não era nada higiênico.
Passar Segunda e o Bispo
No almoço e no jantar, depois que todos eram servidos, a sobra de qualquer alimento era distribuída. Esse procedimento chamava-se "passar segunda" e, por continuidade, "Bispo". Isso é: onde a sobra distribuída terminasse naquele dia aí estava o "Bispo". No dia seguinte ela continuaria a ser servida do ponto onde havia parado no dia anterior.
Censura:
Naquele tempo todos os meios de comunicações eram precários. As estradas, quase todas de chão batido, eram péssimas. Havia poucos veículos e a palavra telefone nem era mencionada no Seminário. A maioria dos seminaristas era de classe humilde e nossos pais tinham lá seus afazeres. Portanto, as visitas que recebíamos eram minimas. Dessa maneira, o único meio de contato com nossos familiares eram as cartas e tínhamos o direito de escrever uma por mês. As cartas que escrevíamos eram corrigidas e censuradas pelo diretor para depois serem expedidas, logicamente pelo próprio "Frade". Da mesma forma, todas as correspondências ou encomendas que chegavam para nós eram abertas e cesuradas antes de nos serem entregues. Bem me lembro uma ocasião, eu ter escrito uma carta para meu pai pedindo que ele me mandasse um "unheiro". Na censura e correção, Frei César me disse que não era unheiro, o nome certo era "cortador de unhas".
Estilos e Manias:
Os professores do Seminário eram bons e rigorosos. Cada um com seus métodos, às vezes estranhos e com critérios esquisitos. Vejamos, então:
Frei César João Broetto.
Lecionava Português, Latim e Geografia. Para as aulas de português ele adotava a gramática do professor Napoleão Mendes de Almeida pela qual tinha a maior simpatia e devoção. Seu exercício preferido como dever de casa era redação sobre os mais variados temas, como por exemplo: uma caçada, um grão de areia, um vendaval e coisas parecidas. Ele não usava as tradicionais notas de 0 a 10. Ele empregava símbolos, conforme abaixo. Eu, por exemplo, só vim a saber o real significado desses símbolos muito anos depois ou, mais precisamente, em 1998 por ocasião do lançamento de seu livro "Memórias
Era proibido formar grupinhos, proibido andar sempre com os mesmos colegas. Conversar no refeitório só se fossemos autorizados. Quando estávamos em horário de recreio não podíamos ir para a "sala de estudo" e nem ir para a capela. De acordo com a faixa etária, os seminaristas eram divididos em "Menores", "Médios" e "Maiores".
Horários:
05h15 ................................... levantar. (aos domingos era as 06h00).
05h15/05h30 ........................ higiene pessoal.
05h30/06h15 ........................ capela (missa).
06h15/06h30 ........................ café da manhã.
06h30/07h00 ........................ estudo.
07h00/11h00 ........................ aulas.
11h00/11h30 ........................ almoço.
11h30/13h00 ........................ recreio.
13h00/14h00 ........................ estudo.
14h00/14h15 ........................ lanche
14h15/15h00 ........................ recreio
15h00/17h00 ....................... estudo.
17h00/17h30 ......................... jantar
17h30;19h00 ......................... recreio.
19h00/20h00 ......................... estudo.
20h00/20h40 ......................... capela (terço).
20h40 .................................... dormir.
Está na hora:
Todos os dias, exceto domingos e feriados, levantávamos às 05h15 da manhã. Aos domingos e feriados levantávamos às 6h00. Nós éramos acordados pelas fortes batidas de palma do Diretor que, andando por entre as camas nos saudava com o "Benedicamus Dominum" (bendigamos o senhor) e a gente, mal abrindo os olhos, respondia: "Deo gratias" (graças a Deus). A roupa era sempre trocada debaixo das cobertas.
Os Deões:
A eventual ausência do "Frei" era suprida pelos chamados "Deões". Eles eram os olheiros do Frei e eram escolhidos, geralmente, entre os mais comportados. Certa ocasião, porém, o diretor Frei César João Broetto quebrou esse pequeno protocolo e nomeou para ocupar o cargo um aluno "não muito comportado". Segundo explicações do Frei, essa medida era para botar o "sujeito" na linha.
Cadê a Sobra?
As tarefas de varrer os terreiros, limpar os sanitários, cuidar da capela e executar algum outro serviço doméstico eram incumbência dos seminaristas. Tinha uma tarefa, porém, que era muito cobiçada: era a de lavar os pratos e louças, após o jantar. Isso, para aproveitar alguma comida que sobrava da janta dos "Frades", que era de primeira qualidade.
Que Dureza!
As provas finais realizadas em dezembro eram rigorosas. As aulas terminavam dez dias antes e esse período servia para botar a matéria em dia. Havia prova escrita e prova oral. As provas orais eram ministradas por uma banca examinadora composta pelo diretor do Seminário, o professor da respectiva matéria e o temido "custódio". Esse vinha do Rio de Janeiro.
Os alunos eram chamados individualmente, sentavam-se em uma cadeira à frente dessa banca e ali eram arguidos.
Marcar Balas:
O Seminário sempre mantinha um pequeno estoque de bala doce, paçocas, pirulitos, doce de batata, doce de abóbora, pé de moleque, biscoitos e outras guloseimas e isso era vendido para aqueles seminaristas que tinham algum crédito. Esse "crédito" era uma certa importância deixada pelos nossos pais sob a guarda do "Diretor". O valor da compra era anotado em um livro de conta corrente e ia-se abatendo do saldo. Aos que não tinham esse crédito, o "Frei" sempre mandava distribuir balas ou outro tipo de doce. Esse processo acontecia uma ou duas vezes por mês, geralmente aos domingos e chamava-se "Marcar balas".
Beijinho Doce ou Beijinho Salgado?
Lá no "Velho Seminário", depois de concluída a reza do terço, por volta das 20h40, nós seguíamos em fila dupla indiana para um corredor de acesso ao nosso dormitório, para ir dormir. Ali, em pé no limiar da porta o "Frei Diretor" se postava com as duas mãos estendidas e à medida que íamos entrando beijávamos sua mão. Cada fila, com cerca de trinta alunos, se ocupava de uma mão. Essa era a nossa última tarefa do dia. Aqueles sucessivos beijos sobre beijos iam deixando sobejos e aquilo, a meu ver, não era nada higiênico.
Passar Segunda e o Bispo
No almoço e no jantar, depois que todos eram servidos, a sobra de qualquer alimento era distribuída. Esse procedimento chamava-se "passar segunda" e, por continuidade, "Bispo". Isso é: onde a sobra distribuída terminasse naquele dia aí estava o "Bispo". No dia seguinte ela continuaria a ser servida do ponto onde havia parado no dia anterior.
Censura:
Naquele tempo todos os meios de comunicações eram precários. As estradas, quase todas de chão batido, eram péssimas. Havia poucos veículos e a palavra telefone nem era mencionada no Seminário. A maioria dos seminaristas era de classe humilde e nossos pais tinham lá seus afazeres. Portanto, as visitas que recebíamos eram minimas. Dessa maneira, o único meio de contato com nossos familiares eram as cartas e tínhamos o direito de escrever uma por mês. As cartas que escrevíamos eram corrigidas e censuradas pelo diretor para depois serem expedidas, logicamente pelo próprio "Frade". Da mesma forma, todas as correspondências ou encomendas que chegavam para nós eram abertas e cesuradas antes de nos serem entregues. Bem me lembro uma ocasião, eu ter escrito uma carta para meu pai pedindo que ele me mandasse um "unheiro". Na censura e correção, Frei César me disse que não era unheiro, o nome certo era "cortador de unhas".
Estilos e Manias:
Os professores do Seminário eram bons e rigorosos. Cada um com seus métodos, às vezes estranhos e com critérios esquisitos. Vejamos, então:
Frei César João Broetto.
Lecionava Português, Latim e Geografia. Para as aulas de português ele adotava a gramática do professor Napoleão Mendes de Almeida pela qual tinha a maior simpatia e devoção. Seu exercício preferido como dever de casa era redação sobre os mais variados temas, como por exemplo: uma caçada, um grão de areia, um vendaval e coisas parecidas. Ele não usava as tradicionais notas de 0 a 10. Ele empregava símbolos, conforme abaixo. Eu, por exemplo, só vim a saber o real significado desses símbolos muito anos depois ou, mais precisamente, em 1998 por ocasião do lançamento de seu livro "Memórias
Frei Anselmo Corteletti.
Lecionava Matemática e, quando cismava que o aluno houvesse colado ou se a prova estivesse toda errada, ele aplicava um enorme "zero" que abrangia a página inteira do papel almaço. Às vezes riscava o "zero" no meio, indicando que aquela prova ou exercício valia dois "zeros", isso é: cada metade daquela "circunferência" valia um zero Já vi o tal "zero" ter dois traços, aí então a nota do aluno valia três zeros.
Frei Geraldo de Sortino.
Lecionava Latim, Grego e Italiano. Era muito temido. Nas suas aulas ninguém se mexia. Ele conseguia a proeza de arguir sistematicamente cada aluno da classe duas ou três vezes em uma mesma aula e ainda achar tempo suficiente para explicar a matéria. No final, ele sempre concluía assim; "em suma" e resumia o que já tinha explicado anteriormente.
Vctor Biassuti "Professor Vitinho"
Era um ex-seminarista da turma de 1935 e funcionário de careira do Banco do Brasil. Lecionava Francês e Matemática. Ficava muito aborrecido quando o aluno não assimilava direito a matéria. Como característica principal "Le maitre Victor" aplicava, invariavelmente, em toda aula de francês o famoso "Dictée" (ditado) e ninguém tirava nota maior que seis. Às vezes, pintava um sete, mas era raro. Professor Vitinho, como era conhecido, andava sempre bem trajado, era elegante. Nas rodas de "bate-papo", ele no meio e a meninada em volta, durante o recreio, ele nos aconselhava a usar sempre, no verão, roupa clara.
Os Passeios:
Nós vivíamos num mundo restrito, quase uma clausura. Sair além dos limites do Seminário era uma libertação, uma festa e fazia bem. Tanto fazia sair a pé em breve caminhada ali por perto após a janta ou subir na carroceria de um caminhão e viajar horas por estradas de chão para marcar presença nas comunidades vizinhas. Quando o portão de madeira era aberto, a alegria e felicidade vinham ao encontro. Era comum sairmos a caminhar, logo após o jantar, lá para os lados de São Lourenço. Passávamos pela casa dos "Lambert", parávamos na igrejinha de Nossa Senhora da Conceição, construída pela própria família Lambert. Ali, fazíamos uma pequena prece e depois seguíamos vagueando pela estrada afora de chão batido, naquela época quase isenta de movimentação de veículos. Aqui e ali colhíamos alguma araçá pelas margens da estrada. Não sei se existe algum lugar dentro do município de Santa Teresa que nós não tenhamos visitado. Incluem-se patrimônios, vilarejos, fazendas, sítios, chácaras, cachoeiras, igrejas, represas, museu, reservas biológicas. etc. Aos domingos, mas não sempre, íamos ao campo de futebol "Ângelo Franchiane" assistir jogo do "Teresense". Os jogos geralmente eram contra o Nacional de Itaguaçu, Flamengo de Itarana, Escola Agrícola de Barracão de Petrópolis, Santa Leopoldina, Tabocas, São Paulo do Rio Perdido e alguns times suburbanos de Vitória. Daquela época recordo os seguintes jogadores do "Teresense": Délio Pimentel, Donaldo Caser, Douglas, Hélio Braga, Íris Croce, Ivan Paviotti, Ivo Pelacani, José Fracalossi (goleiro), Nelson Madeira, Tinho Madeira, Xavier. Os passeios mais frequentes eram nas comunidades de Várzea Alegre (Fazenda do Orlando Mattedi e Acrísio Luiz Mattedi), São Paulo do Rio Perdido (terra dos Corteletti), São Roque do Canaã (terra dos Regatieri e Roldi), São José (terra do Frei César João Broetto), São Jacinto (terra dos Simonassi e dos Tonini), Santa Júlia, Córrego Frio, Santo Antônio do Canaã, Escola Agrícola de Barracão de Petrópolis, Caldeirão e Represa de Rio Bonito, essa lá em Santa Maria de Jetibá. Fazíamos todo esse turismo sentados em bancos de madeira em cima da carroceria de um caminhão. Nosso transporte era feito pelo senhor Antônio Martinelli. Ele residia no bairro São Lourenço a uns cinco km do "Velho Seminário" e tinha dois caminhões "Chevrolet Gigante": o de maior porte ele chamava de "carrão", o outro, de menor porte, ele chamava de "carrinho". Seus dois filhos, Alceu Bernardo Martinelli e Nilo Inocêncio Martinelli, estudaram no Seminário.
Muitas vezes, subindo "resmungando" a serra do Canaã, em primeira marcha, o "Gigante" não suportava os 5 km de subida e a água do radiador fervia. Parava-se, então, e pacientemente aguardava-se o motor esfriar, para depois seguir viagem. Afora isso, o simpático "caminhãozinho" nunca deixou a gente na estrada. E olhe que foram muitas as viagens!
O Seminário também tinha seu caminhão Chevrolet, cujos motoristas foram o Albino Giuseppe Rover e Adalto Ferrari.
Várzea Alegre, Santa Teresa (ES).
Essa localidade está situada a cerca de 20 km de Santa Teresa e todo ano era o destino certo de nossos passeios. Lá éramos sempre bem acolhidos pelas famílias de Acrísio Luiz Mattedi e Orlando Mattedi. Assim, no dia 04.07.1954, domingo, chegamos lá num final de tarde. Lembro bem que era dia de final da copa do mundo, na Suíça e o resultado, Alemanha 3 X Hungria 2 deixou nosso diretor frei César Broetto, verdadeiramente eufórico. Ele havia levado uns foguetes em surdina e os detonou logo na chegada, mal desceu do carro.
Complementando, acreditamos que essa sua imensa satisfação pela derrota da Hungria deveu-se ao fato daquele país ser comunista e de manter prisioneiro o cardeal católico húngaro Jozsef Mindszenty, que em 1956 foi libertado.
Córrego Miracema (Santo Antônio), Colatina (ES).
Está situado a 40 km de Colatina na divisa com São Domingos do Norte. O padroeiro é Santo Antônio. Não recordo o dia nem o mês, mas o ano foi 1954, lá chegamos depois de uma exaustiva viagem em cima da carroceria de um caminhão. Ficamos dois dias hospedados na casa de Abel Ângelo Mattedi e Júlio Mattedi. Eu fiquei na casa do Júlio. Infelizmente esse passeio me deixou uma lembrança meio amarga. Fui vítima de uma forte disenteria e, na hora da missa, lambuzei o banco da igreja causando risos nas pessoas que estavam sentadas nos bancos de trás. Tempos depois, levei ainda uma bronca do meu pai por não ter lhe avisado sobre aquele passeio e ele queria me ver. Afinal, ele morava não muito longe dali.
Córrego Frio, Santa Teresa (ES):
Essa localidade fica situada a uns 10 km para lá de São Paulo do Rio Perdido, Santa Teresa-ES. Como o nome diz, o lugar é realmente muito frio. Para se chegar lá, a gente sobe, vai subindo. É o topo do mundo. Em 28.06.1958 nós fomos lá. Como sempre a turma foi dividida em pequenos grupos para o pernoite em casas de famílias da região. Meu companheiro foi o Luiz Carlos Rasselli ou José Carlos Rasseli não recordo ao certo. Nós caminhamos uma boa meia hora para chegar à casa de nosso anfitrião. Eu tenho por hábito levantar toda noite para fazer "xixi". Porém, naquela noite geladíssima e debaixo de um grosso cobertor, o sono foi mais forte e venceu. Fiz, então, um baita "xixi" na cama. Que vexame! No dia dia seguinte, 29.06.1958, domingo à tarde escalamos a pedra Paulista, muito alta e de subida perigosa. Era dia de final de copa do mundo na Suécia. Nas proximidades da pedra havia uma casa e um rádio ligado. Ali ficamos sabendo do resultado: Brasil 5 x Suécia 2.
Represa de Rio Bonito:
A represa de Rio Bonito está situada no município de Santa Maria de Jetibá-ES a cerca de 10 km da sede, às margens da rodovia ES-355. Sua construção teve início em 1952 no governo Jones dos Santos Neves e foi inaugurada em 1959. Estivemos lá à passeio pela primeira vez em 1954, quando ela estava ainda em plena construção Voltamos lá, por volta de 1959/1960, quando ela já tinha sido inaugurada e o lençol d'água se estendia por muitos quilômetros por entre os vales.
Essa localidade fica situada a uns 10 km para lá de São Paulo do Rio Perdido, Santa Teresa-ES. Como o nome diz, o lugar é realmente muito frio. Para se chegar lá, a gente sobe, vai subindo. É o topo do mundo. Em 28.06.1958 nós fomos lá. Como sempre a turma foi dividida em pequenos grupos para o pernoite em casas de famílias da região. Meu companheiro foi o Luiz Carlos Rasselli ou José Carlos Rasseli não recordo ao certo. Nós caminhamos uma boa meia hora para chegar à casa de nosso anfitrião. Eu tenho por hábito levantar toda noite para fazer "xixi". Porém, naquela noite geladíssima e debaixo de um grosso cobertor, o sono foi mais forte e venceu. Fiz, então, um baita "xixi" na cama. Que vexame! No dia dia seguinte, 29.06.1958, domingo à tarde escalamos a pedra Paulista, muito alta e de subida perigosa. Era dia de final de copa do mundo na Suécia. Nas proximidades da pedra havia uma casa e um rádio ligado. Ali ficamos sabendo do resultado: Brasil 5 x Suécia 2.
Represa de Rio Bonito:
A represa de Rio Bonito está situada no município de Santa Maria de Jetibá-ES a cerca de 10 km da sede, às margens da rodovia ES-355. Sua construção teve início em 1952 no governo Jones dos Santos Neves e foi inaugurada em 1959. Estivemos lá à passeio pela primeira vez em 1954, quando ela estava ainda em plena construção Voltamos lá, por volta de 1959/1960, quando ela já tinha sido inaugurada e o lençol d'água se estendia por muitos quilômetros por entre os vales.
Marilândia hoje é município, mas na década de 1950/1960 pertencia ainda à Colatina-ES. Por volta de 1958, pouco antes ou pouco depois, fizemos um passeio àquela localidade. Como era de praxe fomos divididos em grupos e cada grupo acompanhou seu anfitrião para fins de hospedagem. Se a memória não me falha eu fui designado solitariamente para ficar na casa de uma família de sobrenome Calliman. Para se chegar até a casa dessa família tínhamos que atravessa um pequeno trecho de mata fechada. Durante essa travessia, o senhor que me acompanhava começou a contar a história de onça que circulava por aquelas redondezas. "Olhe, disse ele; nesta mata tem onça pintada brava e mesmo aqui onde estamos passando ela matou um homem". E ele continuou falando: "Ali na frente, ela pegou um menino" e foi relatando uma sequencia apavorante da malvada criatura. Na minha cabeça de criança eu já via uma "pintada" gordinha com a pança cheia de gente (diga-se: de seminaristas). Morrendo de medo e quase borrando as calças eu mais que depressa me aconcheguei para bem juntinho de seu "Calliman" em busca de uma suposta proteção. E assim, sob suas asas e quase grudado nele chegamos a sua casa. Até hoje fico imaginando se a tal onça existia mesmo ou se era só conversa fiada para assustar menino.
Convento da Penha e Praia da Costa - Vila Velha (ES):
O Convento da Penha fica em Vila Velha e é cartão postal do Espírito Santo. Entre os anos de 1956 e 1958 fizemos uma visita àquela Santuário e depois descemos rumo à Praia da Costa.
A maioria dos seminaristas, inclusive eu, nunca tinha visto o mar. Confesso que enfiei o dedo na água e coloquei na boa para ver se ela era mesmo salgada. Todos queriam tomar banho, mas muita gente não levou o calção. Um desses, um mineiro, cujo nome não me recordo, não quis perder aquela oportunidade única. Então, nós fizemos o seguinte negócio: emprestei a ele meu calção e fiquei sem o banho. Em troca, ele me deu um jogo de botão de futebol de mesa feito de casca de coco e tomou o seu banho. Os botões estavam acondicionados em uma latinha de alumínio de filme fotográfico. O calção, depois ele me devolveu.
Frei César havia levado umas latas de farofa e outros petiscos. Almoçamos, isto é: "farofamos", por ali mesmo debaixo de umas castanheiras. Essas castanheiras ainda estão lá, defronte a Pedra da Sereia, direção do Morro do Moreno
Balneário de Jacaraípe, Serra (ES):
Essa praia pertence ao município da Serra (ES) e está localizada a uns 20 km de Vitória (ES). Na década de 1950 era somente uma pequena vila de pescadores. Em 1958 (não me lembro o dia nem o mês) depois de longa viagem sentados em bancos de madeira na carroceria do caminhão Chevrolet do Seminário, dirigido pelo senhor Albino Giuseppe Rover, chegamos àquele balneário.
Ali ficamos hospedados por uns dois ou três dias na propriedade da senhora Judith Leão Castelo Ribeiro. Além do diretor Frei César João Broetto, estavam também presentes frei Anselmo Corteletti e frei Vital Ronconi. Os "Freis" e alguns poucos seminaristas dos "maiores" ficaram alojados na casa principal da sede. O restante da moçada ficou alojada num sobrado cujas instalações eram precárias. Não havia sanitários e faltavam vários colchões que foram substituídos por esteiras. Fizemos, então, um revezamento. A mim coube na primeira noite um colchão e na segunda uma esteira bem fininha.
Todos queriam logo ver o mar e a expectativa para o dia seguinte era enorme. As seis horas da manhã e em surdina já havia seminaristas perambulando pela praia.
Nós, marinheiros de primeira viagem e desavisados, ficamos muito exposto ao sol e nos queimamos além da conta. Dormir, então, se é que conseguíamos dormir, com as costas ardendo sobre as esteiras finas e duras foi um verdadeiro flagelo.
Diariamente assistíamos a missa na igrejinha de São Pedro que ficava localizada numa pequena colina a poucos metros da casa sede.
Frigorífico Toniatto:
O "Frigorífico Toniatto", há bastante tempo desativado, ficava localizado no município de Itarana (ES), bem próximo da sede e pertencia ao senhor Hilário Toniatto. Não sei exatamente o ano, mas estivemos por lá a passeio. O frigorífico era muito bem aparelhado e organizado. Assistimos todo o processo de abate das reses, visitamos cada uma de suas instalações, inclusive as geladíssimas câmaras frigoríficas onde a carne era armazenada aguardando o transporte. Depois, foi servida carne acompanhada de limonada quente o que provocou em um e outro uma moderada dorzinha de barriga.
Esporte e Lazer:
No Seminário a disciplina era quase espartana, mas por outro lado tínhamos muito tempo de recreio. Nossos principais divertimentos e brinquedos eram: baralho com estampas de bichos ou frutas, banco imobiliário, bilboquê, bolinha de gude, carrinho de madeira, dama, dominó, ferrinho, futebol de campo, futebol de mesa, ioiô, pingue-pongue e rapa tacho. Não havia o baralho dos quatro naipes. Colecionava-se também "Selos usados" que colávamos em cadernos comuns. Os selos das cartas que chegavam da Itália para os padres eram muito disputados. Havia ainda a coleção de "Santinhos" (Santo Antônio, São Francisco, São José, etc.). Entre os seminaristas não circulava valor em espécie. Nossas barganhas eram feitas geralmente com bolinhas de gude, pião, botão de casca de coco e outros pequenos objetos.
Botões de Casca de Coco:
Naquela época nós usávamos "botões" feitos de casca de coco para jogar "futebol de mesa". Eles serviam também entre os internos como moeda de troca. Para confeccioná-los era necessário ter certa habilidade, coisa que eu não tinha. O primeiro passo era escolher uma casca de preferencia bem grossa, que era obtida em nossos passeios pelo interior. Depois, de um jeito ou de outro se extraía uma peça redonda do tamanho desejado cujo diâmetro variava de um (1) a quatro (4) centímetros. O primeiro desbaste era feito esfregando-se essa peça em uma superfície áspera (cimento ou pedra) e depois com auxílio de um caco de vidro ia-se raspando e modelando a superfície e os lados inclinados até fazê-los bem liso. Depois de prontos, os botões eram engraxados e polidos. O campo era um tabuleiro de madeira de 50 x 20 cm e a bola era um pequenos botão de camisa.
Em busca de "cacos de vidro", nós andamos quebrando algumas vidraças das janelas do teatro (galpão).
Bolinhas de Gude:
Alguns seminaristas tinham sua coleção de bolas de gude. Era bolas multiformes: grandonas, médias, pequeninas e de belas cores. No nosso linguajar jogávamos nos modelos "barca" (círculo), "Buzo" (três buracos), "Marraia" (arremesso no tronco de madeira) e "Mata mata". Os jogos eram "a brinquedo" ou "a vera", dependendo do acordo prévio.
Cinema:
No "Velho Seminário " não havia cinema, Então, por volta de 1958/1959 e por cortesia do dono do cinema da cidade, assim eu imagino, um projetor cinematográfico foi levado e instalado no recinto de nosso dormitório. Ali, amontoados em cima das camas, assistimos ao filme "Os Cavaleiros da Távola Redonda" com Robert Taylor e Ava Gardner. Não acostumados com aquilo, onde tudo era pecado, houve certo constrangimento de nossa parte ao ver as cenas românticas entre o casal protagonista. Foi o único filme que assisti durante todo o meu tempo de internato, excetuando-se os "slides" de frei Querubim.
Futebol:
Segundo nos conta Frei José Corteletti em seu livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa", a prática de futebol no Seminário ficou suspensa por quase quatro anos, tendo essa proibição sido revogada em 1948 pelo diretor da época Frei Jamaria. Durante a gestão de Frei César João Broetto (1954/1959) o time de futebol do Seminário se manteve sempre em atividade e jogávamos na maioria das comunidades que visitávamos. A primeira camisa de futebol do Seminário era branca com uma faixa diagonal em azul e com o escudo. Em 1958 (exatamente num jogo contra o Ginásio Teresense) ela foi substituída por uma nova camisa com faixas verticais em preto e branco com a gola e os punhos em vermelho. Ela era muito bonita.
Peladas no Campo -
Toda quarta feira e sábado havia as tradicionais peladas lá nosso campinho. Jogava-se “menor” contra “menor” e “maior” contra “maior”. Frei César Broetto e frei Anselmo Corteletti às vezes participavam também. Eles jogavam de batina. frei César Broetto evocando o mestre “Zizinho" do Bangú, jogava de centro avante e frei Anselmo Corteletti evocando o "beque" Pavão do Flamengo jogava de zagueiro, um contra o outro. Faltava habilidade a ambos e a batina atrapalhava bastante, mas sobrava disposição e o choque entre os dois era inevitável e tremendo, um reclamando com o outro.
Além das peladas “oficiais”, havia também durante o recreio as peladas realizadas no pátio utilizando-se bolas feitas de meia recheada com folhas secas de bananeira. Qualquer chute mal dado e lá se ia um pedaço do dedão ou do couro da sola do pé para o “beleléu”. O curativo era simples: aplicávamos um pouquinho de pó "sulfanilamida" (quando tinha) no machucado e enrolávamos um pedaço de pano.
Botões de Casca de Coco:
Naquela época nós usávamos "botões" feitos de casca de coco para jogar "futebol de mesa". Eles serviam também entre os internos como moeda de troca. Para confeccioná-los era necessário ter certa habilidade, coisa que eu não tinha. O primeiro passo era escolher uma casca de preferencia bem grossa, que era obtida em nossos passeios pelo interior. Depois, de um jeito ou de outro se extraía uma peça redonda do tamanho desejado cujo diâmetro variava de um (1) a quatro (4) centímetros. O primeiro desbaste era feito esfregando-se essa peça em uma superfície áspera (cimento ou pedra) e depois com auxílio de um caco de vidro ia-se raspando e modelando a superfície e os lados inclinados até fazê-los bem liso. Depois de prontos, os botões eram engraxados e polidos. O campo era um tabuleiro de madeira de 50 x 20 cm e a bola era um pequenos botão de camisa.
Em busca de "cacos de vidro", nós andamos quebrando algumas vidraças das janelas do teatro (galpão).
Bolinhas de Gude:
Alguns seminaristas tinham sua coleção de bolas de gude. Era bolas multiformes: grandonas, médias, pequeninas e de belas cores. No nosso linguajar jogávamos nos modelos "barca" (círculo), "Buzo" (três buracos), "Marraia" (arremesso no tronco de madeira) e "Mata mata". Os jogos eram "a brinquedo" ou "a vera", dependendo do acordo prévio.
Cinema:
No "Velho Seminário " não havia cinema, Então, por volta de 1958/1959 e por cortesia do dono do cinema da cidade, assim eu imagino, um projetor cinematográfico foi levado e instalado no recinto de nosso dormitório. Ali, amontoados em cima das camas, assistimos ao filme "Os Cavaleiros da Távola Redonda" com Robert Taylor e Ava Gardner. Não acostumados com aquilo, onde tudo era pecado, houve certo constrangimento de nossa parte ao ver as cenas românticas entre o casal protagonista. Foi o único filme que assisti durante todo o meu tempo de internato, excetuando-se os "slides" de frei Querubim.
Futebol:
Segundo nos conta Frei José Corteletti em seu livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa", a prática de futebol no Seminário ficou suspensa por quase quatro anos, tendo essa proibição sido revogada em 1948 pelo diretor da época Frei Jamaria. Durante a gestão de Frei César João Broetto (1954/1959) o time de futebol do Seminário se manteve sempre em atividade e jogávamos na maioria das comunidades que visitávamos. A primeira camisa de futebol do Seminário era branca com uma faixa diagonal em azul e com o escudo. Em 1958 (exatamente num jogo contra o Ginásio Teresense) ela foi substituída por uma nova camisa com faixas verticais em preto e branco com a gola e os punhos em vermelho. Ela era muito bonita.
Peladas no Campo -
Toda quarta feira e sábado havia as tradicionais peladas lá nosso campinho. Jogava-se “menor” contra “menor” e “maior” contra “maior”. Frei César Broetto e frei Anselmo Corteletti às vezes participavam também. Eles jogavam de batina. frei César Broetto evocando o mestre “Zizinho" do Bangú, jogava de centro avante e frei Anselmo Corteletti evocando o "beque" Pavão do Flamengo jogava de zagueiro, um contra o outro. Faltava habilidade a ambos e a batina atrapalhava bastante, mas sobrava disposição e o choque entre os dois era inevitável e tremendo, um reclamando com o outro.
Peladas no Pátio:
Várzea Alegre, Santa Teresa (ES) -
Em Várzea Alegre, o time do Seminário jogou três vezes e os três jogos terminaram empatados. O primeiro foi em 1954 ou 1955 e terminou 0 X 0. O segundo foi em 1957 e, segundo me parece, foi realizado no campo existente próximo ao “Canudo” na propriedade dos Taufner. O último foi em 1958 e terminou em 2 X 2.
São Jacinto, São Roque do Canaã (ES):
Em Várzea Alegre, o time do Seminário jogou três vezes e os três jogos terminaram empatados. O primeiro foi em 1954 ou 1955 e terminou 0 X 0. O segundo foi em 1957 e, segundo me parece, foi realizado no campo existente próximo ao “Canudo” na propriedade dos Taufner. O último foi em 1958 e terminou em 2 X 2.
São Jacinto, São Roque do Canaã (ES):
Nessa localidade houve um único jogo, isso foi em 1956. O campo ficava perto da igreja. Era um dia de festa. Havia muita gente e os seminaristas estavam ali. Frei César Broetto estava otimista e achou que iria ganhar. Assim, ele apostou com alguém ali do local um engradado de cerveja no time do Seminário. Mas o jogo foi complicado e terminou em 0x0.
São José, Santa Teresa (ES) -
O jogo que realizamos em São José, terra do Frei César Broetto, em 1958 foi um verdadeiro vexame. O time do Seminário perdeu de 4 x 0. Logo no início da partida, nosso jogador Itamar Tonini chutou uma penalidade máxima para fora. Estou vendo até hoje a bola passar rente ao canto esquerdo da trave e se perder pela linha de fundo.
Santa Júlia, São Roque do Canaã (ES).
O jogo que realizamos em São José, terra do Frei César Broetto, em 1958 foi um verdadeiro vexame. O time do Seminário perdeu de 4 x 0. Logo no início da partida, nosso jogador Itamar Tonini chutou uma penalidade máxima para fora. Estou vendo até hoje a bola passar rente ao canto esquerdo da trave e se perder pela linha de fundo.
Santa Júlia, São Roque do Canaã (ES).
Nesse local jogamos duas vezes. No primeiro jogo foi por volta de 1955/1956 e ganhamos por 8 X 2. Nessa partida me lembro do Célio Ferreira Nunes (atual Frei Roberto), na época ainda “noviço”, que atuou pelo time do Seminário. Quanto ao segundo jogo, deve ter sido em 1959, mas não me recordo de detalhes.
Ginásio Teresense:
Em 1955 o diretor do Ginásio Teresense, Werther DarcyVervloet ofereceu um pequeno troféu para ser disputado entre o time do “Ginásio” e o time do “Seminário”. Quem ganhasse, levava. O primeiro jogo foi lá no campinho de Seminário e o jogo terminou em 5 x 5. O segundo jogo em 1956 e o terceiro em 1957, ambos no campo "Ângelo Frenchiani", terminaram também empatados. Finalmente, em outubro de 1958, conseguimos vencer por 3x1, ou foi 4x1? À noite, em cerimônia realizada no Clube Canaã, recebemos das mãos do próprio Werther Darcy Vervloet o pequeno troféu e as medalhas individuais. A minha "medalinha", infelizmente, se perdeu.
Jogadores do Seminário e do Ginásio Teresense que atuaram nessa apartida:
Em 1955 o diretor do Ginásio Teresense, Werther DarcyVervloet ofereceu um pequeno troféu para ser disputado entre o time do “Ginásio” e o time do “Seminário”. Quem ganhasse, levava. O primeiro jogo foi lá no campinho de Seminário e o jogo terminou em 5 x 5. O segundo jogo em 1956 e o terceiro em 1957, ambos no campo "Ângelo Frenchiani", terminaram também empatados. Finalmente, em outubro de 1958, conseguimos vencer por 3x1, ou foi 4x1? À noite, em cerimônia realizada no Clube Canaã, recebemos das mãos do próprio Werther Darcy Vervloet o pequeno troféu e as medalhas individuais. A minha "medalinha", infelizmente, se perdeu.
Jogadores do Seminário e do Ginásio Teresense que atuaram nessa apartida:
Seminário:
Adão Pedro de Brito Prata, Ailton Ribas, Alceu Bernardo Martinelli, Adelques Paulo Tonini, Altayr José Mattedi, Antônio de Paula, Clodival Fábris, Evandro Batista Coelho, Itamar José Tonini, José Pereira Alves "Coé", Juvenil Bicalho, Miguel Arcanjo Sclauzero e Vander Justino dos Reis.
Ginásio Teresense:
Ataíde Melo, Carlos Alberto Bonino, Edson Viana, Euclides Bernardo Médice, Ivo Pelacani, José Henrique Pizziolo "Miúdo", José Renato Poli, José Roberto Possatti, Mário Alberto Mattedi, Nélio Pelacani, Nilson Broseghini, Orly Miguel dos Santos e Pedro Carlos Gasparini.
Ataíde Melo, Carlos Alberto Bonino, Edson Viana, Euclides Bernardo Médice, Ivo Pelacani, José Henrique Pizziolo "Miúdo", José Renato Poli, José Roberto Possatti, Mário Alberto Mattedi, Nélio Pelacani, Nilson Broseghini, Orly Miguel dos Santos e Pedro Carlos Gasparini.
O Juiz usava batina:
Frei César João Broetto era um desportista nato. Quando comparecíamos ao estádio "Ângelo Frechiani", situado no bairro Vila Nova, para assistir alguma partida de futebol, ele era imediatamente notado no meio da plateia, lá por cima do barranco e, amiúde. convidado para apitar o jogo. Como ele gostava muito do assunto, nunca se fazia de rogado. E lá ia o nosso bom "Frei" todo uniformizado, isto é: de batina, cordão de São Francisco, sandália franciscana e o apito para o meio de campo. Era um verdadeiro filme de "suspense." Mas, apesar de alguns "errinhos de arbitragem" de sua parte ninguém piava. Jogadores e torcedores, todos respeitavam a batina.
Os buchas:
Frei César João Broetto era um desportista nato. Quando comparecíamos ao estádio "Ângelo Frechiani", situado no bairro Vila Nova, para assistir alguma partida de futebol, ele era imediatamente notado no meio da plateia, lá por cima do barranco e, amiúde. convidado para apitar o jogo. Como ele gostava muito do assunto, nunca se fazia de rogado. E lá ia o nosso bom "Frei" todo uniformizado, isto é: de batina, cordão de São Francisco, sandália franciscana e o apito para o meio de campo. Era um verdadeiro filme de "suspense." Mas, apesar de alguns "errinhos de arbitragem" de sua parte ninguém piava. Jogadores e torcedores, todos respeitavam a batina.
Os buchas:
No meio de mais de cinquenta seminristas havia sempre aqueles bons de bola no futebol. Por outro lado, havia aqueles que não jogavam nda. Eram verdadeiros "pernas de pau". Eles formavam o time dos "Buchas".
Fim de Linha:
Com a transferência de frei César João Broetto para Mantena, no segundo semestre de 1959, o futebol do Seminário ficou capenga, perdeu força e interesse. Pelo que recordo não jogamos mais nenhuma partida oficial.
Alimentação - Dieta Pobre:
O Seminário sempre passou por dificuldades financeiras e dependia muito de doações. O que nossos pais pagavam era pouco e as famílias menos favorecidas não pagavam nada. Reconhecemos que não era fácil fornecer diariamente café da manhã, almoço, lanche e janta para aproximadamente umas 70 pessoas .Apesar disso, é difícil entender o porquê daquela espécie de alimentação que era servida àquela juventude em franco desenvolvimento e muitas atividades. As refeições em geral eram insuficientes e de péssima qualidade. O feijão, por ser velho não cozinhava e como não cozinhava não dava caldo. Então, era servido praticamente cru, com as bandas boiando numa água rala e insossa. O arroz, da mesma forma, era servido meio crú e meio cozido. Às vezes nós usávamos um pouquinho para colar papel. A carne era fornecida pelo frigorífico Toniatto de Itarana. Havia a chicória crespa que atendia pelo nome de "Radicchio" ou, segundo Frei José Corteletti, "Cicuta" . Além dessa tal cicuta, que era muito amarga e ruim, havia outro muito pior. Era o famoso "Fumo". O apelido é muito adequado, pois lembrava folhas de tabaco e era servido cozido com sal. Essas duas folhagens, Cicuta e Fumo, eram intragáveis e éramos obrigados a comer tudo o que botavam em nosso prato.Teve uma determinada época, que quando adentrávamos no refeitório para o almoço e janta os pratos já estavam lá servidos, prontinhos para o consumo. Quando íamos comer, a "Garoroba" já estava completamente fria. Na janta, a sopa esfriava e o macarrão ficava engastado no meio do sebo. No café da manhã era servido um pão francês de 50 g e meia caneca de café ralo e no lanche da tarde era servido somente meio pãozinho. Às vezes o pão era substituído por banana ou laranja. Em 1954, quando entrei para o Seminário, a cozinheira era Zulmira Broetto, irmã de Frei César. Fazia-se, então, grandes pães caseiros e era servida uma fatia não muito generosa para cada um. A fatia da ponta era mais volumosa e chamava-se "cascão". Sorte daqueles que conseguissem ganhá-lo. Às vezes éramos agraciados com um ovinho frito. Mas, um dia, alguém desgostoso da turma teve a infeliz ideia de reclamar "não sei o que" e o famoso "girassol" foi suprimido de nosso cardápio. No dia 04 de outubro, porém, a coisa era diferente. Era dia do padroeiro São Francisco de Assis e o Seminário estava em festa. Não havia aula, não havia estudo. Tudo começava com alvorada ao som da rádio vitrola, depois havia a missa solene. Mais tarde, nada de feijão crú, arroz grudento, carne com pelanca, cicuta e fumo . Regalávamos um almoço de primeira qualidade com muita fartura, além de dois guaranás "Coroa" cada um. E vejam que ironia: durante o ano todo nada, nenhum refrigerante e depois, num único dia, nós ganhávamos duas "garrafinhas" cada um. Eu me consumia de raiva porque só conseguia tomar a metade de uma delas e, muito a contragosto, o resto da bebida (uma garrafa e meia) eu dava para os colegas. Havia também disputa interna de jogos: Seminaristas do Norte contra Seminaristas do Sul.
Fatos e Histórias
Os "casos" e "fatos" a seguir relatados não estão em ordem cronológica. Alguns deles podem não ter acontecido exatamente como descritos, mas, com certeza, muito próximo.
Persona Non Grata:
Confesso que eu não fui um bom seminarista. Não gostava de estudar, era muito rebelde e muito indisciplinado e, em consequência, muito castigado. Além de tudo, eu era um exímio encrenqueiro, sendo de "mal" com uns oito ou dez colegas. Havia três quesitos extra curriculares; comportamento, civilidade e asseio, Nos dois primeiros eu só tirava a nota mínima que era sete (7). Minha passagem pelo Seminário deixou um currículo desastroso. Repeti de ano em 1956 (4º ano primário); 1958 (1ª série ginasial) e 1960 (3ª série ginasial).
Ressalte-se, porém, e sem qualquer desculpa, que a minguada e péssima comida que nos era servida, o frio intenso sem agasalho adequado, os banhos gelados, levantar cedo demais, castigos aviltantes e, principalmente, a imensa saudade de casa e da família não induziam ninguém a ter animo e ser "bãozinho".
Enfim Férias:
As férias de final de ano eram muito curtas e ansiosamente aguardadas. Depois das provas finais, cada seminarista tomava o rumo de sua casa. Os que moravam próximo a Santa Teresa era fácil. Os que moravam no norte do Espírito Santo e em Minas Gerais tomavam o ônibus do "Tite Avancini" até Colatina. Dali os "mineiros" seguiam de trem para Governador Valadares ou de ônibus para Mantena. Por sua vez, os "capixabas" do norte tomavam o ônibus da aviação "Itapemerim" (o que tinha um cachorro estampado na porta) e fazia "ponto" da cabeça da ponte do rio Doce em Colatina. Mas, vinte dias depois estávamos todos de volta. Bem, nem todos, né?
Morro do Mamão:
O moro do Mamão ficava situado ali pertinho do trevo para São Jacinto (Cerâmica Simonassi) - São Roque do Canaã na estrada que liga Santa Teresa à Colatina. Não sei se ainda se chama "Mamão", mas aquele "morrinho" não me trás boas recordações. No final de ano, em época de chuva e coincidentemente de férias, ficava intransitável em virtude do grande lamaçal que ali se formava.Os veículos atolavam e ficavam retidos fazendo a viagem parecer uma eternidade.
Melecas e Secreções:
Um de nossos colegas da turma de 1954 parecia sofrer de uma renite alérgica ou coisa parecida. Suas narinas estavam sendo escorrendo e para limpa-las ele esfregava o nariz nas mangas compridas de sua blusa. Ele alternava, ora passava o nariz na manga esquerda, ora passava na manga direita. As infindáveis e sucessivas limpadas daquelas secreções e melecas iam se acumulando em sua blusa, deixando-a impregnada de uma crosta escura, pegajosa e nojenta. Creio que aquela pobre blusa nunca foi lavada.
Nada de Moça Bonita:
Frei César João Broetto, nosso diretor, torcia pelo Bangu do Rio. Aquele Bangu de outrora de craques como Zizinho, Calazans, Ladeira, Zózimo e outros. Nós sabíamos de cor e salteado o nome de todos os estádios de futebol do Rio de Janeiro. O estádio do Bangu era chamado Proletário, mas popularmente conhecido como "Moça Bonita". Mas, somente com o intuito de atormentar a vida e encher o saco do "Frei", a gente fingia ignorar e perguntava: Frei César qual o nome do estádio do Bangu? Ele, incontinente, respondia: Proletário, mas não falava de maneira nenhuma "Moça Bonita". Eram palavrões.
Quero Adoecer:
Persona Non Grata:
Confesso que eu não fui um bom seminarista. Não gostava de estudar, era muito rebelde e muito indisciplinado e, em consequência, muito castigado. Além de tudo, eu era um exímio encrenqueiro, sendo de "mal" com uns oito ou dez colegas. Havia três quesitos extra curriculares; comportamento, civilidade e asseio, Nos dois primeiros eu só tirava a nota mínima que era sete (7). Minha passagem pelo Seminário deixou um currículo desastroso. Repeti de ano em 1956 (4º ano primário); 1958 (1ª série ginasial) e 1960 (3ª série ginasial).
Ressalte-se, porém, e sem qualquer desculpa, que a minguada e péssima comida que nos era servida, o frio intenso sem agasalho adequado, os banhos gelados, levantar cedo demais, castigos aviltantes e, principalmente, a imensa saudade de casa e da família não induziam ninguém a ter animo e ser "bãozinho".
Enfim Férias:
As férias de final de ano eram muito curtas e ansiosamente aguardadas. Depois das provas finais, cada seminarista tomava o rumo de sua casa. Os que moravam próximo a Santa Teresa era fácil. Os que moravam no norte do Espírito Santo e em Minas Gerais tomavam o ônibus do "Tite Avancini" até Colatina. Dali os "mineiros" seguiam de trem para Governador Valadares ou de ônibus para Mantena. Por sua vez, os "capixabas" do norte tomavam o ônibus da aviação "Itapemerim" (o que tinha um cachorro estampado na porta) e fazia "ponto" da cabeça da ponte do rio Doce em Colatina. Mas, vinte dias depois estávamos todos de volta. Bem, nem todos, né?
Morro do Mamão:
O moro do Mamão ficava situado ali pertinho do trevo para São Jacinto (Cerâmica Simonassi) - São Roque do Canaã na estrada que liga Santa Teresa à Colatina. Não sei se ainda se chama "Mamão", mas aquele "morrinho" não me trás boas recordações. No final de ano, em época de chuva e coincidentemente de férias, ficava intransitável em virtude do grande lamaçal que ali se formava.Os veículos atolavam e ficavam retidos fazendo a viagem parecer uma eternidade.
Melecas e Secreções:
Um de nossos colegas da turma de 1954 parecia sofrer de uma renite alérgica ou coisa parecida. Suas narinas estavam sendo escorrendo e para limpa-las ele esfregava o nariz nas mangas compridas de sua blusa. Ele alternava, ora passava o nariz na manga esquerda, ora passava na manga direita. As infindáveis e sucessivas limpadas daquelas secreções e melecas iam se acumulando em sua blusa, deixando-a impregnada de uma crosta escura, pegajosa e nojenta. Creio que aquela pobre blusa nunca foi lavada.
Nada de Moça Bonita:
Frei César João Broetto, nosso diretor, torcia pelo Bangu do Rio. Aquele Bangu de outrora de craques como Zizinho, Calazans, Ladeira, Zózimo e outros. Nós sabíamos de cor e salteado o nome de todos os estádios de futebol do Rio de Janeiro. O estádio do Bangu era chamado Proletário, mas popularmente conhecido como "Moça Bonita". Mas, somente com o intuito de atormentar a vida e encher o saco do "Frei", a gente fingia ignorar e perguntava: Frei César qual o nome do estádio do Bangu? Ele, incontinente, respondia: Proletário, mas não falava de maneira nenhuma "Moça Bonita". Eram palavrões.
Quero Adoecer:
Em 1957 um surto de gripe asiática bateu às portas do seminário atingindo inicialmente alguns colegas que logo ficaram acamados. Os colegas não atingidos, alheios ao perigo da doença e um pouco enciumados, ficaram torcendo para também terem uma “febrezinha”, adoecer e ir para a cama, livrando-se dessa maneira das obrigações da missa, do terço, do estudo, das aulas, enfim, de tudo aquilo que menino não gosta. Eu consegui adoecer. Mas, três ou quatro dias depois estava todo mundo de pé.
Cadê a Lingüiça ?
Em Santa Teresa havia um mendigo, já idoso e de barba sempre por fazer, que aos domingos aparecia lá no “Velho Seminário" para filar o almoço. Ele nunca falhava. Na hora do rango e já com um substancial prato feito na mão, ele olhava para o conteúdo e, sem se acanhar, perguntava: "Cadê a linguiça"? Pois é, esse era o famoso "Chico Linguiça", gastrônomo experiente e consumidor exigente.
Gases Nobres/Casquinha:
Em Santa Teresa havia um mendigo, já idoso e de barba sempre por fazer, que aos domingos aparecia lá no “Velho Seminário" para filar o almoço. Ele nunca falhava. Na hora do rango e já com um substancial prato feito na mão, ele olhava para o conteúdo e, sem se acanhar, perguntava: "Cadê a linguiça"? Pois é, esse era o famoso "Chico Linguiça", gastrônomo experiente e consumidor exigente.
Gases Nobres/Casquinha:
Um "pum", de qualquer timbre, fosse ele silencioso, assobiado ou estrepitoso era chamado de "Casquinha". Se identificado o autor, com certeza ele seria chamado à atenção.
Caso Perdido:
Em 1959 eu cursava a 3ª série ginasial e ia de mal a pior nos estudos e também na parte disciplinar.
Certo dia, o "Frei" (nome omitido) me colocou de joelhos lá na frente da sala de aula, perto de um piano que havia por ali. Depois, ele ficou andando de um lado para outro na sala, desfiando aos colegas ali presentes o meu meu vasto repertório de indisciplinas. Por fim, ele disse: "O Altayr não tem mais jeito, não tem mesmo, ele é um caso perdido, eu nem bato nele mais e continuou andando para lá e para cá, afirmando e reafirmando que não ia mais me bater. Eu já estava quase acreditando naquele "benefício", quando de repente ele mudou de ideia, parou, pensou e resolveu bater. Posicionou-se bem atrás de mim, virou-se e de supetão e diante de todos me desferiu um tremendo pescoção no pé da orelha me arremessando lá para debaixo do piano.
Nesse ano cruel eu só passei em Geografia e com a nota 6.
Assombrações:
Por volta de 1959 e também, por indisciplina, o“Frei” (nome omitido) me mandou ir para a “Gruta” e lá ficar de joelhos. Isso, lá pelas três horas da tarde. Essa gruta e mais o teatro (casarão) dos quais já falamos, formavam um conjunto meio assustador, principalmente à noite porque não havia energia elétrica e ambos ficavam afastados umas boas passadas do corpo do prédio. Se o nome gruta, em si, já assusta, imagine eu lá sozinho, passando e repassando pela minha cabeça todas aquelas histórias de assombrações, Saci-Perere, lobisomem, mula sem cabeça e coisa e tal que eu tinha ouvido os colegas mais velhos contarem. Pois bem, o “Frei”, por esquecimento ou conveniência, só suspendeu o castigo e mandou me chamar lá por volta das 18h00, quando a escuridão já era total. Afinal, não vi nenhuma assombração e nem cheguei a sujar as calças. Mas, que deu medo, ah! isso deu .
Fuga Malograda:
Por volta de 1956/1957 o Nailton Ronconi, da turma de 1054, e e mais dois colegas cujos nomes não recordo, resolveram simplesmente fugirem a pé do Velho Seminário. Porém, frei Geraldo e frei Anselmo descobriram a escapadela em tempo, pegaram o "Jeep" e foram atrás dos fujões trazendo-os de volta. Até onde os aventureiros conseguiram chegar nessa fuga mal planejada eu não sei. Só sei que, como recompensa, o Nailton, mentor da ideia teve um tufo de cabelo perto da orelha arrancado por um violento puxão dado por dos "Frei".
O Nailton era sobrinho de frei Vital Ronconi e depois que sai do Seminário foi atropelado e morto por um caminhão em Governador Valadares (MG), quando andava de bicicleta.
Colar Precioso:
Certa feita, um colega que parece ser lá de Barra de São Francisco, foi surpreendido pelo frei (nome omitido) comendo uma pequena raiz de aipim "in natura". Como castigo, ele foi "convidado" a andar com aquele petisco, já meio mordiscado, pendurada no pescoço durante uns três ou quatro dias. O inusitado foi que ao terminar a punição e mal o "Frei" virou as costas, o nobre colega tirou calmamente o pequeno tubérculo do pescoço e, incontinente, terminou de comê-lo.
Selo:
Entre a garotada no Seminário a palavra "selo" tinha duplo sentido. Podia significar estampa, (documento postal) que nós disputávamos e colecionávamos com o maior carinho do mundo ou significar, de forma pejorativa, uma cueca suja, borrada mesmo. Muito ou pouco, não importava a extensão da "mancha". Era sempre "selo" e isso era motivo de chacota.
Os selos de verdade que chegavam nas correspondências dos padres, principalmente os estrangeiros, eram por nós disputadíssimos e depois colados num caderno. Em cada página colávamos selos de um país diferente.
O Pequeno Vigarista:
Certa vez, um colega lá das Minas Gerais percebendo de soslaio meus dotes de "pixote" no trato com bolinhas de gude me convidou para jogar uma partida de brincadeira na barca, e eu fui. Teca daqui, teca de lá, e num piscar de olhos eu ganhei dele fácil, fácil. Empolgado e confiante com meu "grande desempenho" passamos a jogar "a vera". Aí, então, o pequeno vigarista que inicialmente se fingira de inábil, simplesmente me depenou, ganhando todas minhas biroscas. Descobri tarde demais que o sujeito, além de ator, era bom também no gude. Há "mineirinho", se te pego!
Minhas Calça Social:
Nosso enxoval no Seminário e os trajes pessoais eram muito modestos. No decorrer dos anos foram incluindo alguma coisa diferente. Assim foi que em determinado ano pediram que fizéssemos dois macacões de brim azul e lá voltamos nós das férias com os macacões na bagagem. Ressalte-se aqui o trabalhão que teve meu alfaiate lá em São Roque da Terra Roxa para fazê-los. É que ele nunca tinha feito nada parecido e foi um trabalhão sem fim para ajustá-los. Em outra ocasião nos foi solicitada uma calça social e paletó, que foram confeccionados pelo mesmo alfaiate dos macacões. A gravata não foi exigida.
Em um dos passeios que fizemos a São Jacinto (terra dos Simonassi), aonde íamos todos os anos, nossa condução estacionou ao lado de uma cerca de arame farpado, próximo à Igreja Católica. E aí, na euforia da chegada, ao descer de forma distraída da carroceria do carro, não percebi a cerca e uma farpa de arame fisgou a traseira de minha calça provocando um formidável rasgão. Estrago feito e nada podendo fazer, só me restou ficar me esgueirando pelos cantos tentando encobrir com as mãos aquele "pequeno " grande estorvo e lamentar o prejuízo sofrido.
Lembro, como detalhe, de que nós usávamos a gola da camisa dobrada por cima da gola do paletó e não por baixo.
Em um dos passeios que fizemos a São Jacinto (terra dos Simonassi), aonde íamos todos os anos, nossa condução estacionou ao lado de uma cerca de arame farpado, próximo à Igreja Católica. E aí, na euforia da chegada, ao descer de forma distraída da carroceria do carro, não percebi a cerca e uma farpa de arame fisgou a traseira de minha calça provocando um formidável rasgão. Estrago feito e nada podendo fazer, só me restou ficar me esgueirando pelos cantos tentando encobrir com as mãos aquele "pequeno " grande estorvo e lamentar o prejuízo sofrido.
Lembro, como detalhe, de que nós usávamos a gola da camisa dobrada por cima da gola do paletó e não por baixo.
Acessórios Preciosos:
Coisas que faziam parte de nossa vida de seminário: Sapato Vulcabrás, alpargatas Roda, pente Flamengo, espelho redondo com escudo de algum time de futebol no verso (mulher de biquíni, nem pensar), óleo Glostora, sabonete Lifebuoy ou Gessy, pasta de dente Kolynos ou Phillips, terço (geralmente mais de um), alicate de bico para fazer terço e cordão, graxa e escova de sapato, bibioquê, pião, ferrinho, selos usados colados num caderno, uma coleção de "santinhos", bolinhas de gude. bola de meia recheada com folha seca de bananeira, bola de futebol só na lona (os gomos de couro já tinham se estragado), agulha e linha, botão de casca de coco, tabuleiro de madeira para jogo de botões, baralho com estampa de frutas. Havia, ainda, uns dois ou três carinhos de madeira . Esse último brinquedo era um luxo.
Coisas que faziam parte de nossa vida de seminário: Sapato Vulcabrás, alpargatas Roda, pente Flamengo, espelho redondo com escudo de algum time de futebol no verso (mulher de biquíni, nem pensar), óleo Glostora, sabonete Lifebuoy ou Gessy, pasta de dente Kolynos ou Phillips, terço (geralmente mais de um), alicate de bico para fazer terço e cordão, graxa e escova de sapato, bibioquê, pião, ferrinho, selos usados colados num caderno, uma coleção de "santinhos", bolinhas de gude. bola de meia recheada com folha seca de bananeira, bola de futebol só na lona (os gomos de couro já tinham se estragado), agulha e linha, botão de casca de coco, tabuleiro de madeira para jogo de botões, baralho com estampa de frutas. Havia, ainda, uns dois ou três carinhos de madeira . Esse último brinquedo era um luxo.
No Escurinho do Cinema:
Vez ou outra, para se apurar determinadas irregularidades ou se obter alguma informação (uma espécie de inquérito interno) alguns alunos eram chamados individualmente aos aposentos do diretor para uma conversa ao pé da orelha. Cá fora os demais seminaristas ficavam apreensivos, todos de orelha em pé, imaginando qual seria o assunto e quem seria o próximo convocado. O que se passava lá por detrás daquela porta do quarto do "Frei Diretor" era segredo. Quando o interpelado voltava dessa "entrevista" dizia-se que ele estava "Assistindo filme".
Vez ou outra, para se apurar determinadas irregularidades ou se obter alguma informação (uma espécie de inquérito interno) alguns alunos eram chamados individualmente aos aposentos do diretor para uma conversa ao pé da orelha. Cá fora os demais seminaristas ficavam apreensivos, todos de orelha em pé, imaginando qual seria o assunto e quem seria o próximo convocado. O que se passava lá por detrás daquela porta do quarto do "Frei Diretor" era segredo. Quando o interpelado voltava dessa "entrevista" dizia-se que ele estava "Assistindo filme".
Bolinha Difícil:
Naquela época, as chances de se possuir uma bola de futebol eram poucas, mesmo as mais simples de borracha. Então, nós fazíamos nossas próprias “bolas” enchendo até a metade uma “meia usada” com papel ou folha seca de bananeira. Depois, comprimia-se bem o conteúdo, amarrava-se com barbante, dobrava-se a outra parte da meia em sentido inverso e costuravam-se as bordas. Essa bola quando bem confeccionada tinha o poder de dar pequenos quiques.
Velório Errado:
Naquela época, as chances de se possuir uma bola de futebol eram poucas, mesmo as mais simples de borracha. Então, nós fazíamos nossas próprias “bolas” enchendo até a metade uma “meia usada” com papel ou folha seca de bananeira. Depois, comprimia-se bem o conteúdo, amarrava-se com barbante, dobrava-se a outra parte da meia em sentido inverso e costuravam-se as bordas. Essa bola quando bem confeccionada tinha o poder de dar pequenos quiques.
Velório Errado:
Em 02.09.1955 frei César João Broetto me chamou e disse que tínhamos de ir à Várzea Alegre porque havia falecido um "Mattedi", portanto meu parente. Nada questionei e lá fomos nós (Frei César e eu) confortavelmente instalados no automóvel "Oldsmobile" pertencente ao senhor Sebastião Zamprogno, alfaiate e pai do ex seminarista Roberto Luiz Zamprogno (turma de 1956).
Em Várzea Alegre, o velório estava sendo realizado na residência do Sr. Acrísio Luiz Mattedi. Mal tínhamos adentrado na sala onde estava o caixão quando alguém ali por perto olhou para mim e, incontinente, comentou: - “Não é esse não". E não era mesmo. O que de fato ocorreu e eu não sei porque, foi que frei César se equivocou e levou a pessoa errada. O nome do falecido era Eugênio Mattedi e quem deveria ter sido levado para exéquias era o também seminarista Antônio Elias Mattedi (Depois irmão leigo Ex-Frei Oto), o verdadeiro neto do morto. Eu, na verdade, era apenas seu sobrinho neto e nem o conhecia.
Em Várzea Alegre, o velório estava sendo realizado na residência do Sr. Acrísio Luiz Mattedi. Mal tínhamos adentrado na sala onde estava o caixão quando alguém ali por perto olhou para mim e, incontinente, comentou: - “Não é esse não". E não era mesmo. O que de fato ocorreu e eu não sei porque, foi que frei César se equivocou e levou a pessoa errada. O nome do falecido era Eugênio Mattedi e quem deveria ter sido levado para exéquias era o também seminarista Antônio Elias Mattedi (Depois irmão leigo Ex-Frei Oto), o verdadeiro neto do morto. Eu, na verdade, era apenas seu sobrinho neto e nem o conhecia.
Escore Indigesto:
Por volta de 1959 houve no campo do "Novo Seminário" uma partida de futebol entre o Teresen- se e o time do Tabocas, localidade essa que fica distante uns 12 km do centro de Santa Teresa. Na época, o campo (não era bem campo, era um pátio com traves) do "Novo Seminário" era pelado, totalmente sem grama e não sei exatamente o motivo daquele jogo ali. Nós os seminaristas, como torcedores e fãs do time da casa (O Teresense) esperávamos um resultado fácil e favorável. Mas não foi bem isso que aconteceu. Encarapitados por cima do barranco ali ao lado do campo, assistimos o modesto time do "Tabocas" surrar impiedosamente o "Teresense" de nossos ídolos Délio Pimentel, Donaldo Caser, Hélio Braga, Iris Croce, Ivan Paviotti, José Fracalossi, Pedrinho, Tinho Madeira, e cia. por cinco x zero, que vexame!
Pista Estreita:
Em 1959/1960 adjacente ao prédio do "Seminário novo" havia uma encosta literalmente tomada pela samambaia. Ali, partindo do pátio, construímos um estradinha com uns 60 cm de largura que subia em diagonal até a meação do terreno e depois virava bruscamente para a direita, seguindo no mesmo estilo até o topo do terreno. Por ela empurrávamos penosamente nossos "carrinho de madeira" ladeira acima. Lá do alto, após um breve descanso, largávamos nossos calhambeques morro abaixo. Para compensar a fadiga da subida, descíamos bem devagar desfrutando cada palmo da "rodovia". Os freios, uma cinta de lona e borracha envolvendo o eixo traseiro, eram bons.
Havia dois irmãos, o Anísio e Adail Almeida Moreno e, um deles, não lembro qual, era referencia na fabricação desses carrinhos.
Móveis Incomuns:
Por volta de 1959 houve no campo do "Novo Seminário" uma partida de futebol entre o Teresen- se e o time do Tabocas, localidade essa que fica distante uns 12 km do centro de Santa Teresa. Na época, o campo (não era bem campo, era um pátio com traves) do "Novo Seminário" era pelado, totalmente sem grama e não sei exatamente o motivo daquele jogo ali. Nós os seminaristas, como torcedores e fãs do time da casa (O Teresense) esperávamos um resultado fácil e favorável. Mas não foi bem isso que aconteceu. Encarapitados por cima do barranco ali ao lado do campo, assistimos o modesto time do "Tabocas" surrar impiedosamente o "Teresense" de nossos ídolos Délio Pimentel, Donaldo Caser, Hélio Braga, Iris Croce, Ivan Paviotti, José Fracalossi, Pedrinho, Tinho Madeira, e cia. por cinco x zero, que vexame!
Pista Estreita:
Em 1959/1960 adjacente ao prédio do "Seminário novo" havia uma encosta literalmente tomada pela samambaia. Ali, partindo do pátio, construímos um estradinha com uns 60 cm de largura que subia em diagonal até a meação do terreno e depois virava bruscamente para a direita, seguindo no mesmo estilo até o topo do terreno. Por ela empurrávamos penosamente nossos "carrinho de madeira" ladeira acima. Lá do alto, após um breve descanso, largávamos nossos calhambeques morro abaixo. Para compensar a fadiga da subida, descíamos bem devagar desfrutando cada palmo da "rodovia". Os freios, uma cinta de lona e borracha envolvendo o eixo traseiro, eram bons.
Havia dois irmãos, o Anísio e Adail Almeida Moreno e, um deles, não lembro qual, era referencia na fabricação desses carrinhos.
Móveis Incomuns:
As mesas do nosso refeitório no "Novo Seminário" eram grossas, de madeira maciça, grandes o suficiente para comportar cinco ou mais meninos de cada lado. Não se usava toalha e os pratos eram de aço inoxidável. Os resíduos de comida esparramados sobre a mesa eram juntados e recolhidos com o auxílio de uma “trincha", dessas que os pedreiros usam para pintura. Mas ela não limpava direito e deixava sobre a mesa úmida rastros da sujeita removida, deixando-a mais suja ainda.
Festival de Pão:
Em 1959 na inauguração do "Novo Seminário" foram armadas barraquinhas no pátio do Seminário e ali se vendia algum tipo de lanche para as pessoas da rua que compareciam ao evento. Por sinal, compareciam em grande número. Não sabemos o porquê, mas o fato é que após encerrada a festa sobraram vários sacos de pão francês e aquela fartura toda não podia ser desprezada. Assim, durante uns três ou quatro dias assistimos a um festival de pão. Ele chegava em abundância em nossa mesa de manhã, lanche e na janta. Por fim, ele começou ficar endurecido e aí era colocado numa panela com água quente fazendo-se uma "deliciosa" sopa. Na época de escassez, como ia bem!
Vamos Plantar:
Certa vez, por motivo que não me recordo, o colega Jair Fanti, lá de Várzea Alegre, e eu tivemos uma pequena desavença e iniciamos uma discussão. Palavra vai, palavra vem e ele me mandou "plantar batata". Como não poderia deixar de ser, eu revidei: "Me dê as mudas que eu planto". Mas, melhor seria eu ter ficado com o bico fechado e não ter pedido as mudas por que, já no outro dia, lá estavam elas, verdinhas e viçosas, em cima da minha cama.
Mas, batatas à parte, o Jair era artesão. Fabricava pequenos e bonitos nichos de compensado. Após sair do Seminário ele dedicou-se ao ramo de "Lavras e Minas". E aí Jair por onde andas?
Festival de Pão:
Em 1959 na inauguração do "Novo Seminário" foram armadas barraquinhas no pátio do Seminário e ali se vendia algum tipo de lanche para as pessoas da rua que compareciam ao evento. Por sinal, compareciam em grande número. Não sabemos o porquê, mas o fato é que após encerrada a festa sobraram vários sacos de pão francês e aquela fartura toda não podia ser desprezada. Assim, durante uns três ou quatro dias assistimos a um festival de pão. Ele chegava em abundância em nossa mesa de manhã, lanche e na janta. Por fim, ele começou ficar endurecido e aí era colocado numa panela com água quente fazendo-se uma "deliciosa" sopa. Na época de escassez, como ia bem!
Vamos Plantar:
Certa vez, por motivo que não me recordo, o colega Jair Fanti, lá de Várzea Alegre, e eu tivemos uma pequena desavença e iniciamos uma discussão. Palavra vai, palavra vem e ele me mandou "plantar batata". Como não poderia deixar de ser, eu revidei: "Me dê as mudas que eu planto". Mas, melhor seria eu ter ficado com o bico fechado e não ter pedido as mudas por que, já no outro dia, lá estavam elas, verdinhas e viçosas, em cima da minha cama.
Mas, batatas à parte, o Jair era artesão. Fabricava pequenos e bonitos nichos de compensado. Após sair do Seminário ele dedicou-se ao ramo de "Lavras e Minas". E aí Jair por onde andas?
Sono Profundo:
Durante o horário de estudo das 13h00 às 14h00 e das 19h00 às 20h00 eu era tomado por um sono quase incontrolável. Cochilar não podia. Então, o que fazer? Eu às vezes colocava a mão aberta sobre os olhos e tentava iludir o "Frei", fingindo que estava concentrado, estudando, mas ele percebia a tramoia e então ordenava lá da mesa: "Altayr, fique de joelhos aqui na frente" ou "fique de pé". Como paliativo eu costumava deixar os deveres escritos, como redação e matemática, para serem feitos nesses horários. Mas, esse artifício pouco valia e não foi um ou duas vezes que fui justiçado.
A Chuteira de Ouro:
Apesar de gostar de jogar futebol, eu não tinha minha própria chuteira. Aquela era uma época difícil. Por outro lado, havia um menino lá das "Minas Gerais" que, pelo contrário, tinha chuteiras, mas não gostava de jogar bola. Então. com muito boa vontade, ele me emprestava seu "calçado". Infelizmente não consigo recordar seu nome, mas aqui vai meu agradecimento "póstumo".Amém, Amém:
Todos os anos fazíamos três dias de retiro espiritual. As conversas eram proibidas e rezava-se muito, principalmente ladainhas (Litania Sanctorum). No último retiro que me lembro, creio que foi em 1960, já no Seminário novo, um colega cujo nome não me recordo, contabilizou exatas 3000
preces. Ele ia rezando e anotando num papel, rezando e anotando.
Amor de Vovô:
Por volta de 1956/1957 recebi a visita inesperada do meu querido avô senhor Gustavo Luxinger, o pai de minha mãe. Ele estava muito doente e ia para Vitória para se tratar e ao passar por Santa Teresa foi até ao Seminário somente para me ver. Esse gesto de carinho eu jamais vou esquecer. Chovia muito no dia e ele chegou montado num burro que era conduzido pelas rédeas pelo meu tio Guilherme ou por tio Alfredo (não lembro ao certo). O encontro foi breve, ali mesmo no pátio do colégio e ele nem chegou a apear. Vovô, eu te amo! Ele veio a falecer em 01.07.1958..
Acidente Caseiro:
Não sei de que forma foi, mas meu irmão Aylton Mattedi fraturou o antebraço. De imediato frei Geraldo de Sortino, nosso diretor, me chamou e o levamos no jipe do Seminário à clínica do Dr. Zoel Correia da Fonseca para o devido "conserto". Em dado momento, durante os procedimentos clínicos, o doutor, só por gozação, lhe perguntou: "Aylton o que você deseja ser quando crescer" ? - "Padre", ele respondeu meio grogue pelo efeito do analgésico.
A clínica do Dr. Zoel e Dr. Achylles Albuquerque de Oliveira ficava ali na subida da rua Coronel Bonfim Júnior, próxima ao Velho Seminário.
O Aylton foi para o noviciado em 1963 com o nome de frei Renato e saiu em março de 1968.
Objeto Raro:
Certa noite, já de madrugada, meu dente molar resolveu doer e doer muito. No outro dia, então, fui levado ao dentista. O "Doutor dentista", cuja nome real não lembro, era um baiano baixinho, simpático e, se bem me lembro, seu consultório ficava ali perto do Hotel Central de Hilário Pasolini no centro de Santa Teresa. O cheiro de remédio, próprio de consultório, era fortíssimo e o meu problema era uma avançada cárie. Mas, restaurar dente dava trabalho. Então, ele anestesiou o local, pegou no instrumento, balançou para lá e para cá e o extraiu. Depois, ele ficou olhando fixamente para o dente exposto na ponta do boticão e comentou todo exultante: "É o primeiro dente com três raízes que arranco"! Será mesmo, doutor?
As Paçocas:
Como já mencionado, nossa dieta no Seminário era muito pobre. A comida era pouca em quantidade e péssima em qualidade. Nossa barriga vivia em constantes reclames e a gente se virava como podia. Tudo era aproveitado: aipim crú, arroz crú, milho in natura, milho torrado numa latinha com sebo, casca de banana, bagaço de laranja, bunda de tanajura e outras coisas mais em conta.
Alguns desses produtos eram conseguidos de maneira não muito honesta. Dessa maneira, certa ocasião foi dada a falta no estoque de doces do Seminário de uma caixa de paçocas contendo umas vinte unidades. Dado o alarme a turma se juntou formando pequenos grupos e puseram-se a procurar as saborosas "paçoquinhas". O alvoroço era grande, parecendo que estavam em busca de pote de ouro. Tudo foi virado e revirado até que os detetives amadores finalmente encontraram os "invólucros", mas somente os "invólucros", escondido debaixo do colchão do glutão, cujo nome nós omitimos. O conteúdo havia sido todo devorado e, pelo jeito, tudo numa única e solene sessão.
Nosso nobre comilão recebeu o apelido de: "Piaçoca Tiruí" e merece ser enaltecido porque, pelo visto, tinha o bucho muito forte, pois todo aquele amendoim amassado não lhe provocou nenhum dano colateral.
Acidente Caseiro:
Não sei de que forma foi, mas meu irmão Aylton Mattedi fraturou o antebraço. De imediato frei Geraldo de Sortino, nosso diretor, me chamou e o levamos no jipe do Seminário à clínica do Dr. Zoel Correia da Fonseca para o devido "conserto". Em dado momento, durante os procedimentos clínicos, o doutor, só por gozação, lhe perguntou: "Aylton o que você deseja ser quando crescer" ? - "Padre", ele respondeu meio grogue pelo efeito do analgésico.
A clínica do Dr. Zoel e Dr. Achylles Albuquerque de Oliveira ficava ali na subida da rua Coronel Bonfim Júnior, próxima ao Velho Seminário.
O Aylton foi para o noviciado em 1963 com o nome de frei Renato e saiu em março de 1968.
Objeto Raro:
Certa noite, já de madrugada, meu dente molar resolveu doer e doer muito. No outro dia, então, fui levado ao dentista. O "Doutor dentista", cuja nome real não lembro, era um baiano baixinho, simpático e, se bem me lembro, seu consultório ficava ali perto do Hotel Central de Hilário Pasolini no centro de Santa Teresa. O cheiro de remédio, próprio de consultório, era fortíssimo e o meu problema era uma avançada cárie. Mas, restaurar dente dava trabalho. Então, ele anestesiou o local, pegou no instrumento, balançou para lá e para cá e o extraiu. Depois, ele ficou olhando fixamente para o dente exposto na ponta do boticão e comentou todo exultante: "É o primeiro dente com três raízes que arranco"! Será mesmo, doutor?
As Paçocas:
Como já mencionado, nossa dieta no Seminário era muito pobre. A comida era pouca em quantidade e péssima em qualidade. Nossa barriga vivia em constantes reclames e a gente se virava como podia. Tudo era aproveitado: aipim crú, arroz crú, milho in natura, milho torrado numa latinha com sebo, casca de banana, bagaço de laranja, bunda de tanajura e outras coisas mais em conta.
Alguns desses produtos eram conseguidos de maneira não muito honesta. Dessa maneira, certa ocasião foi dada a falta no estoque de doces do Seminário de uma caixa de paçocas contendo umas vinte unidades. Dado o alarme a turma se juntou formando pequenos grupos e puseram-se a procurar as saborosas "paçoquinhas". O alvoroço era grande, parecendo que estavam em busca de pote de ouro. Tudo foi virado e revirado até que os detetives amadores finalmente encontraram os "invólucros", mas somente os "invólucros", escondido debaixo do colchão do glutão, cujo nome nós omitimos. O conteúdo havia sido todo devorado e, pelo jeito, tudo numa única e solene sessão.
Nosso nobre comilão recebeu o apelido de: "Piaçoca Tiruí" e merece ser enaltecido porque, pelo visto, tinha o bucho muito forte, pois todo aquele amendoim amassado não lhe provocou nenhum dano colateral.
As Meias Amarelas:
Um dia, certo colega cujo nome infelizmente não me recordo apareceu usando um "par de meias" de cor amarela. Mas não era qualquer amartelo. As meias eram de um amarelo vivo, diferente e bonito que eu de imediato fiquei de olho grande nelas. Depois de algumas negociações (trocas) fique de posse delas.
Sai de Baixo:
Por volta de 1956/1957, um grupo de seminaristas da turma dos "maiores" estava coletando achas de madeira para erguer uma fogueira no "pátio superior"do Novo Seminário para os festejos de São Pedro e São Paulo no dia 29 de junho. Porém, os madeireiros de primeira viagem vacilaram e uma das achas selecionadas resvalou morro abaixo quase atingindo as paredes do Seminário. Felizmente, ela foi contida por uma pedra que estava ali no seu caminho. A fogueira foi erguida e a festa seguiu animada. Fizeram um judas com uma enorme pança cheia de guloseimas que foi estraçalhado no porrete com a meninada se fartando com seu delicioso butim. Animando a festa, tinha uma chorosa concertina maltratada pelo sanfoneiro "Pindaíba" que ficou horas e horas sentado numa cadeira martelando o mesmo ritmo. Nosso querido músico morava no pé da serra do Canaã.
Nota: O lance da pedra me foi lembrado por Jair José Cuquetto, ex Frei Elias.
Sai de Baixo:
Por volta de 1956/1957, um grupo de seminaristas da turma dos "maiores" estava coletando achas de madeira para erguer uma fogueira no "pátio superior"do Novo Seminário para os festejos de São Pedro e São Paulo no dia 29 de junho. Porém, os madeireiros de primeira viagem vacilaram e uma das achas selecionadas resvalou morro abaixo quase atingindo as paredes do Seminário. Felizmente, ela foi contida por uma pedra que estava ali no seu caminho. A fogueira foi erguida e a festa seguiu animada. Fizeram um judas com uma enorme pança cheia de guloseimas que foi estraçalhado no porrete com a meninada se fartando com seu delicioso butim. Animando a festa, tinha uma chorosa concertina maltratada pelo sanfoneiro "Pindaíba" que ficou horas e horas sentado numa cadeira martelando o mesmo ritmo. Nosso querido músico morava no pé da serra do Canaã.
Nota: O lance da pedra me foi lembrado por Jair José Cuquetto, ex Frei Elias.
Batidas Fúnebres:
Na década de 1950 era costume em Santa Teresa se tocar o sino da Igreja Matriz por ocasião do sepultamento de alguém da cidade. Lá do " Velho Seminário", que ficava relativamente próximo da Igreja Matriz, nós ficávamos ouvindo e contabilizando as batidas como se nada tivéssemos a fazer. Como a longevidade em Santa Teresa se afigurasse grande, era comum ouvirmos oitenta, noventa, cem ou mais badaladas. Isso fazia parte de nosso cotidiano e era até divertido.
Banhos Gelados:
No "Velho Seminário" os banhos eram coletivos e tomados de calção, sob a rigorosa vigilância do "Frei". A água era muito gelada e a arma do "Frei" para persuadir os indecisos a irem para debaixo do chuveiro. era um galho de laranjeira com um espinho na ponta. O local preferido para pinicar os meninos era na ponta dos dedos. Fazer meia sola era impossível. À medida
que cada um fosse terminando, ele enrolava-se na toalha e se encaminhava para uma área onde havia largas colunas de alvenaria, ao pé de uma comprida escadaria, e ficava ali aguardando os outros terminarem. É bom lembrar que nossas toalhas nem sempre eram de boa qualidade. Muitas delas eram feitas de saco de trigo. Voltando ao banho; depois, a uma ordem, subíamos todos juntos para o dormitório para se vestir. Nós ficávamos postados ao lado da cama onde as roupas - cueca, calça e camisa- haviam sido previamente arrumadas. As portas e janelas eram fechadas não deixando nenhuma claridade se infiltrar. A troca de roupa era feita no escuro total. Após breve intervalo o frei perguntava : "Estão prontos"? Se ninguém se manifestasse era sinal que todos já estavam vestidos, então as portas e janelas eram reabertas. No "Novo Seminário", porém, não havia nada disso. Os chuveiros eram individuais.
Sacrifício e Glória:
Por falar em frio, vejam isso: em 1958, frei César João Broetto estava preparando o time de futebol do Seminário para o jogo contra o Ginásio Teresense, valendo troféu e medalhas. Com esse intuito, treinava-se com bola quase todos os dias e duas vezes por semana ele tirava a gente da cama às 3h00 da manhã para fazer preparo físico. Depois de duas horas de exercícios, íamos para debaixo do chuveiro. Enfrentar aquele frio intenso de calção e tomar banho naquela água super gelada às 05h00 da manhã era uma judiação.
Entrementes, a recompensa veio depois. Ganhamos o jogo por 3 x 1 ou 4 x 1 (não lembro ao certo). À noite frei César levou todos os seminaristas ao clube Canaã e lá recebemos das mãos do diretor do ginásio, senhor Werther Darcy Vervloet, o troféu e as medalhas.
Nosso grupo era assim constituído, em ordem alfabética: Adão Pedro de Brito Prata, Adelques Paulo Tonini, Ailton Ribas, Alceu Bernardo Martinelli, Altayr José Mattedi, Antônio de Paula, Clodival Fábris (atual Frei Paulino), Evandro Batista Coelho, Itamar José Tonini, José Pereira Alces "Coé", Juvenil Bicalho, Miguel Arcanjo Sclauzero e Vander Justino dos Reis.
Cacoete Estranho:
Às vezes as coisas acontecem e a gente não sabe o porquê. Em 1957, creio ser esse o ano, adquiri o péssimo hábito de esfregar o dedo médio da mão direita na testa e em direção ao cabelo. Eu apertava e empurrava. Isso era feito de maneira quase involuntária a toda hora e o dia todo. Então, o cabelo friccionado começou a cair e a "cicatriz" foi ficando maior. A "entrada" já estava ficando pronunciada quando finalmente Frei César me socorreu e começou a passar no local algum tipo de remédio (não lembro qual). Aos poucos o cacoete foi cessando e o cabelo voltou a crescer.
78 Rotações:
Em uma das salas do primeiro pavimento do "Velho Seminário" havia uma antiga vitrola a manivela onde se rodavam discos de 78 rotações que amiúde ouvíamos. Em 1954 uma das músicas compostas em homenagem ao quarto centenário da cidade de São Paulo chamava-se "Quarto Centenário" de “Mário Zan”. Pois bem, essa música, lindíssima por sinal, ficou como marca registrada daquele ano, É que ela era tocada todo dia após a janta e ainda hoje, me vem à lembrança, com muita saudade, aquele longínquo ano de 1954. Nós ali no pátio brincando, correndo para cá e para lá, e a sanfona do "Mário", lá no fundo da sala, soando o dobrado. Não tem como esquecer.
Troca Troca:
Em 1957 foi construído, anexo ao velho prédio, um conjunto com dois pavimentos e nosso refeitório foi transferido para o segundo desses pavimentos. Ali, próximo à porta desse novo refeitório colocaram uma "Rádio Vitrola" moderna em substituição à anterior (a da manivela). A essa altura já não se tocava mais, como antes, o “Quarto Centenário" de 1954. A moda agora eram as músicas do padre mexicano José Mojica (frei José Francisco de Guadalupe) que eram tocadas durante o almoço. Nessa mesma " rádio vitrola" costumávamos ouvir aos domingos à tarde, mas nem sempre, jogos entre Vasco e Flamengo. Os demais jogos nunca eram assistidos.
Idiomas e Desenho:
Banhos Gelados:
No "Velho Seminário" os banhos eram coletivos e tomados de calção, sob a rigorosa vigilância do "Frei". A água era muito gelada e a arma do "Frei" para persuadir os indecisos a irem para debaixo do chuveiro. era um galho de laranjeira com um espinho na ponta. O local preferido para pinicar os meninos era na ponta dos dedos. Fazer meia sola era impossível. À medida
que cada um fosse terminando, ele enrolava-se na toalha e se encaminhava para uma área onde havia largas colunas de alvenaria, ao pé de uma comprida escadaria, e ficava ali aguardando os outros terminarem. É bom lembrar que nossas toalhas nem sempre eram de boa qualidade. Muitas delas eram feitas de saco de trigo. Voltando ao banho; depois, a uma ordem, subíamos todos juntos para o dormitório para se vestir. Nós ficávamos postados ao lado da cama onde as roupas - cueca, calça e camisa- haviam sido previamente arrumadas. As portas e janelas eram fechadas não deixando nenhuma claridade se infiltrar. A troca de roupa era feita no escuro total. Após breve intervalo o frei perguntava : "Estão prontos"? Se ninguém se manifestasse era sinal que todos já estavam vestidos, então as portas e janelas eram reabertas. No "Novo Seminário", porém, não havia nada disso. Os chuveiros eram individuais.
Sacrifício e Glória:
Por falar em frio, vejam isso: em 1958, frei César João Broetto estava preparando o time de futebol do Seminário para o jogo contra o Ginásio Teresense, valendo troféu e medalhas. Com esse intuito, treinava-se com bola quase todos os dias e duas vezes por semana ele tirava a gente da cama às 3h00 da manhã para fazer preparo físico. Depois de duas horas de exercícios, íamos para debaixo do chuveiro. Enfrentar aquele frio intenso de calção e tomar banho naquela água super gelada às 05h00 da manhã era uma judiação.
Entrementes, a recompensa veio depois. Ganhamos o jogo por 3 x 1 ou 4 x 1 (não lembro ao certo). À noite frei César levou todos os seminaristas ao clube Canaã e lá recebemos das mãos do diretor do ginásio, senhor Werther Darcy Vervloet, o troféu e as medalhas.
Nosso grupo era assim constituído, em ordem alfabética: Adão Pedro de Brito Prata, Adelques Paulo Tonini, Ailton Ribas, Alceu Bernardo Martinelli, Altayr José Mattedi, Antônio de Paula, Clodival Fábris (atual Frei Paulino), Evandro Batista Coelho, Itamar José Tonini, José Pereira Alces "Coé", Juvenil Bicalho, Miguel Arcanjo Sclauzero e Vander Justino dos Reis.
Cacoete Estranho:
Às vezes as coisas acontecem e a gente não sabe o porquê. Em 1957, creio ser esse o ano, adquiri o péssimo hábito de esfregar o dedo médio da mão direita na testa e em direção ao cabelo. Eu apertava e empurrava. Isso era feito de maneira quase involuntária a toda hora e o dia todo. Então, o cabelo friccionado começou a cair e a "cicatriz" foi ficando maior. A "entrada" já estava ficando pronunciada quando finalmente Frei César me socorreu e começou a passar no local algum tipo de remédio (não lembro qual). Aos poucos o cacoete foi cessando e o cabelo voltou a crescer.
78 Rotações:
Em uma das salas do primeiro pavimento do "Velho Seminário" havia uma antiga vitrola a manivela onde se rodavam discos de 78 rotações que amiúde ouvíamos. Em 1954 uma das músicas compostas em homenagem ao quarto centenário da cidade de São Paulo chamava-se "Quarto Centenário" de “Mário Zan”. Pois bem, essa música, lindíssima por sinal, ficou como marca registrada daquele ano, É que ela era tocada todo dia após a janta e ainda hoje, me vem à lembrança, com muita saudade, aquele longínquo ano de 1954. Nós ali no pátio brincando, correndo para cá e para lá, e a sanfona do "Mário", lá no fundo da sala, soando o dobrado. Não tem como esquecer.
Troca Troca:
Em 1957 foi construído, anexo ao velho prédio, um conjunto com dois pavimentos e nosso refeitório foi transferido para o segundo desses pavimentos. Ali, próximo à porta desse novo refeitório colocaram uma "Rádio Vitrola" moderna em substituição à anterior (a da manivela). A essa altura já não se tocava mais, como antes, o “Quarto Centenário" de 1954. A moda agora eram as músicas do padre mexicano José Mojica (frei José Francisco de Guadalupe) que eram tocadas durante o almoço. Nessa mesma " rádio vitrola" costumávamos ouvir aos domingos à tarde, mas nem sempre, jogos entre Vasco e Flamengo. Os demais jogos nunca eram assistidos.
Idiomas e Desenho:
No terceiro ano ginasial, atual 7ª série, nós estudávamos seis (6) línguas: Português, Latim, Inglês, Francês, Italiano e Grego. Em Português e Latim a nota mínima para aprovação era seis (6). Por outro lado, no currículo do Seminário não havia a matéria desenho. Por conta disso, quando saí do Seminário e fui estudar, em 1961, no Colégio Conde de Linhares em Colatina fui obrigado a repetir a terceira série ginasial. E, acreditem nisso: fiquei o ano letivo todinho, nas aulas de desenho, aprendendo tão somente como dividir a circunferência em três, quatro, cinco ou mais partes iguais.
Cabeça de Carneiro:.
Cabeça de Carneiro:.
Certo colega da turma de 1954, lá de Alto Caldeirão e cujo nome nós omitimos, que em troca de balas e doces, arremessava bolinhas de gude, inclusive as grandes, para o alto e as aparava na cabeça como se fossem penas. Essa façanha, um tanto macabra, era realizada em dia de "Marcar balas". Nesse dia, o espetáculo estava garantido. A turma ali em volta do "artista" oferecendo os prêmios e as bolinhas subindo e descendo com força sobre seu cocuruto.
Torcedor Patriota:
Torcedor Patriota:
Por volta de 1957/1958 durante uma partida de futebol entre o Seminário e o time de Várzea Alegre, lá no campo do Várzea Alegre, um inflamado torcedor do time local – que não estava nem aí para o time dos padres - esbravejou alto e bom tom: - "Pensei que o time do Seminário fosse de meninos, mas esses cavalões aí estão bom é de namorar" -
Estávamos ganhando o jogo por 2 x 0 e aí começou a garoar, aquela chuvinha fina e chata. Foi, então, que ouvi (eu estava jogando) alguém ali bem ao lado do campo gritar novamente: "Vamos lá pessoal, que eles não estão acostumados com chuva" – Bem, o placar terminou em 2 x 2, mas acho que não foi por causa da chuva.
Estávamos ganhando o jogo por 2 x 0 e aí começou a garoar, aquela chuvinha fina e chata. Foi, então, que ouvi (eu estava jogando) alguém ali bem ao lado do campo gritar novamente: "Vamos lá pessoal, que eles não estão acostumados com chuva" – Bem, o placar terminou em 2 x 2, mas acho que não foi por causa da chuva.
Sopapos Inúteis:
Entre os seminaristas era comum haver pequenas rixas. Essas desavenças às vezes descambavam para a troca de alguns "sopapos". Certa vez, dentro do campo de futebol do "Velho Seminário" houve um desentendimento entre o José Fabiano de Souza de Conceição do Mato Dentro-MG e o José Fernandes da Silva Neto, o famoso "Iéié" de Mantena-MG.
O José Fabiano segurou o "Iéié" pela frente da camisa ameaçando-o "sei lá o que". O Iéié, por sua vez, bem menor, mas muito brabo, tentou se safar desferindo socos em direção ao rosto de seu antagonista que com o braço esticado o mantinha seguro e firme à distância, sem ser atingido. Após sucessivas tentativas do Iéié socando inutilmente o ar eles se separaram sem que o Frei nada notasse. O Iéié era, na verdade, um pequeno xerife. Confesso que morria de medo dele.
Capixaba versus Mineiro:
Outra desavença interessante aconteceu, lá por volta de 1955/1956, entre o capixaba Moacir Lucchi (turma de 1952) e o mineiro Antônio Camargo Rocha (turma de 1954).
A briga começou no pequeno jardim gramado que tinha as iniciais "S" "F" (São Francisco) e foi evoluindo até próximo a porta da "sala de estudos", terminando no pequeno pátio defronte as salas de aula. Foi sopapo a torto e a direita. Nós, os "miúdos", só olhávamos assustados.
O Noviço Rebelde:
No princípio de 1962, após ter concluído a quarta série ginasial, havia chegado o momento do meu irmão Aldivas Mattedi seguir para o noviciado. Mas, ele não estava querendo ir de jeito nenhum e ao mesmo tempo não queria desagradar ao nosso pai que queria muito que ele fosse. Eu já não tinha ido, não é? Então, o que fazer? - Simples: como desculpa, o futuro noviço fez de tudo para perder o trem que passava em Colatina pela manhã com destino a Governador Valadares que era o caminho natural para Patos de Minas ou Conceição de Mato Dentro, locais do noviciado. Assim, depois de algumas manobras táticas, o futuro noviço perdeu o trem e não foi para "Minas", nem nesse dia e nem nunca. Nosso pai, Francisco José Mattedi, coitado, aceitou os argumentos e nada reclamou.
O Motorista:
Entre os seminaristas era comum haver pequenas rixas. Essas desavenças às vezes descambavam para a troca de alguns "sopapos". Certa vez, dentro do campo de futebol do "Velho Seminário" houve um desentendimento entre o José Fabiano de Souza de Conceição do Mato Dentro-MG e o José Fernandes da Silva Neto, o famoso "Iéié" de Mantena-MG.
O José Fabiano segurou o "Iéié" pela frente da camisa ameaçando-o "sei lá o que". O Iéié, por sua vez, bem menor, mas muito brabo, tentou se safar desferindo socos em direção ao rosto de seu antagonista que com o braço esticado o mantinha seguro e firme à distância, sem ser atingido. Após sucessivas tentativas do Iéié socando inutilmente o ar eles se separaram sem que o Frei nada notasse. O Iéié era, na verdade, um pequeno xerife. Confesso que morria de medo dele.
Capixaba versus Mineiro:
Outra desavença interessante aconteceu, lá por volta de 1955/1956, entre o capixaba Moacir Lucchi (turma de 1952) e o mineiro Antônio Camargo Rocha (turma de 1954).
A briga começou no pequeno jardim gramado que tinha as iniciais "S" "F" (São Francisco) e foi evoluindo até próximo a porta da "sala de estudos", terminando no pequeno pátio defronte as salas de aula. Foi sopapo a torto e a direita. Nós, os "miúdos", só olhávamos assustados.
O Noviço Rebelde:
No princípio de 1962, após ter concluído a quarta série ginasial, havia chegado o momento do meu irmão Aldivas Mattedi seguir para o noviciado. Mas, ele não estava querendo ir de jeito nenhum e ao mesmo tempo não queria desagradar ao nosso pai que queria muito que ele fosse. Eu já não tinha ido, não é? Então, o que fazer? - Simples: como desculpa, o futuro noviço fez de tudo para perder o trem que passava em Colatina pela manhã com destino a Governador Valadares que era o caminho natural para Patos de Minas ou Conceição de Mato Dentro, locais do noviciado. Assim, depois de algumas manobras táticas, o futuro noviço perdeu o trem e não foi para "Minas", nem nesse dia e nem nunca. Nosso pai, Francisco José Mattedi, coitado, aceitou os argumentos e nada reclamou.
O Motorista:
Lá pelo ano de 1959 (eu ainda estava lá), o irmão leigo Frei Lourenço de Santa Teresa (nome civil Abílio Mattielo) achou que sabia dirigir. Então, meio às escondidas, pegou o jipe do Seminário ligou e saiu. Mas, só saiu, porque poucos metros à frente ao atravessar a estreita ponte de madeira sobre o rio São Lourenço, afluente do rio Timbuí, que dá acesso ao Seminário, ele despencou ponte abaixo com jipe e tudo. Apesar dos ferimentos, ele restabeleceu-se.
Segundo consta, depois do acidente ele aprendeu realmente a dirigir.
Pílulas em Excesso:
O mesmo Frei Lourenço, aquele que caiu da ponte com o jipe, tinha problemas de coração e tomava diariamente um comprimido. Um dia ele viajou e esqueceu o remédio em casa. De volta da viagem, ele fez as contas e tomou cinco (5) comprimidos de uma só vez para compensar os dias de ausência. Socorrido a tempo, ele conseguiu se safar. Episódio extraído do livro "Missionários Capuchinhos" de Frei Serafim José Pereira)
Churrasquinho Indigesto:
Nos anos 1950 era comum jogadores de futebol usarem por debaixo do calção uma espécie de sunga chamada "suporte". Ele era vendido separado e além de ser um protetor natural servia também como "enfeite" quando sua parte superior era dobrada por cima do calção formando uma faixa de uns cinco centímetros de largura.
Em um dia qualquer de 1957, durante um treinamento de futebol, cai de pernas para cima e Frei César Broetto, que estava ali por perto, percebeu que eu estava precisando usar esse tal de "suporte". Então, ele me deu um de presente que passei a usar e cuidar com o maior zelo do mundo. Nas férias de final de ano, lá na fazenda de meu pai eu o usava constantemente até com certo orgulho. Um dia, eu tive uma ideia "genial": após lavá-lo e para secar mais rápido coloquei meu talismã dentro de um "forno de fogão a lenha" e, esqueci. Ele foi secando, secando e quando me dei conta ele já havia se transformado num montículo irreconhecível de "coisa preta". Ele estava literalmente torrado. Sobre essa minha extraordinária façanha nada contei ao Frei César.
Vendedor Fracassado:
Por volta de 1957/1958 a direção do Seminário resolveu ampliar o leque de assinaturas do jornalzinho "A Voz do Seminário". Com esse objetivo pediu aos seminaristas que estavam saindo de férias em dezembro para angariar, lá junto às suas famílias e comunidade, o maior número possível de assinaturas daquele periódico mensal. Essa era nossa missão.
Mas, lá na "roça", junto aquela gente humilde e de pouca leitura, para quem em iria vender aquele produto de cultura ? Aquilo simplesmente não interessava a ninguém por ali e, além do mais, eu não tinha e nunca tive a menor vocação para vendedor. A tarefa, portanto, não era fácil. Pois bem, duas semanas depois, já perto de retornar ao Seminário, dei minha missão por encerrada ao vender duas assinaturas: uma para meu próprio pai e a outra para um casal de agregado (meeiro) muito amigo da nossa família, em que ambos, marido e mulher, eram totalmente "analfabetos".
Nem é preciso mencionar que o "papai" e o "amigão" compraram a assinatura somente para ajudar.
Supremo Azar:
Lá pelos anos 1956/1957, em dia de "pelada" lá no campinho de futebol que ficava perto da casa do senhor Genésio Gama, um colega, cujo nome nós omitimos, se apertou de repente e foi fazer o "serviço" no meio do mato que margeava um dos lados do campo.
Entrementes, pouco depois, absorto no que fazia e por puro azar, ele foi surpreendido por outro colega que fora ali pegar uma bola que havia caído. Pego de surpresa e assustado, ele tentou fugir ao flagrante levantando-se rápido e ao mesmo tempo tentando suspender as calças. Mas, era tarde demais. O que deveria ter ficado exposto lá no chão se mantinha ainda preso e oscilava grotescamente no ar denunciando sua ação. Incontinente, o intruso apontou o dedo e sentenciou: "Tocudo".
Só para complementar, lembramos que na outra lateral do campo e paralelo à estrada de rodagem passava o rio São Lourenço, afluente o rio Timbuí.
Nota final e especial
Segundo consta, depois do acidente ele aprendeu realmente a dirigir.
Pílulas em Excesso:
O mesmo Frei Lourenço, aquele que caiu da ponte com o jipe, tinha problemas de coração e tomava diariamente um comprimido. Um dia ele viajou e esqueceu o remédio em casa. De volta da viagem, ele fez as contas e tomou cinco (5) comprimidos de uma só vez para compensar os dias de ausência. Socorrido a tempo, ele conseguiu se safar. Episódio extraído do livro "Missionários Capuchinhos" de Frei Serafim José Pereira)
Churrasquinho Indigesto:
Nos anos 1950 era comum jogadores de futebol usarem por debaixo do calção uma espécie de sunga chamada "suporte". Ele era vendido separado e além de ser um protetor natural servia também como "enfeite" quando sua parte superior era dobrada por cima do calção formando uma faixa de uns cinco centímetros de largura.
Em um dia qualquer de 1957, durante um treinamento de futebol, cai de pernas para cima e Frei César Broetto, que estava ali por perto, percebeu que eu estava precisando usar esse tal de "suporte". Então, ele me deu um de presente que passei a usar e cuidar com o maior zelo do mundo. Nas férias de final de ano, lá na fazenda de meu pai eu o usava constantemente até com certo orgulho. Um dia, eu tive uma ideia "genial": após lavá-lo e para secar mais rápido coloquei meu talismã dentro de um "forno de fogão a lenha" e, esqueci. Ele foi secando, secando e quando me dei conta ele já havia se transformado num montículo irreconhecível de "coisa preta". Ele estava literalmente torrado. Sobre essa minha extraordinária façanha nada contei ao Frei César.
Vendedor Fracassado:
Por volta de 1957/1958 a direção do Seminário resolveu ampliar o leque de assinaturas do jornalzinho "A Voz do Seminário". Com esse objetivo pediu aos seminaristas que estavam saindo de férias em dezembro para angariar, lá junto às suas famílias e comunidade, o maior número possível de assinaturas daquele periódico mensal. Essa era nossa missão.
Mas, lá na "roça", junto aquela gente humilde e de pouca leitura, para quem em iria vender aquele produto de cultura ? Aquilo simplesmente não interessava a ninguém por ali e, além do mais, eu não tinha e nunca tive a menor vocação para vendedor. A tarefa, portanto, não era fácil. Pois bem, duas semanas depois, já perto de retornar ao Seminário, dei minha missão por encerrada ao vender duas assinaturas: uma para meu próprio pai e a outra para um casal de agregado (meeiro) muito amigo da nossa família, em que ambos, marido e mulher, eram totalmente "analfabetos".
Nem é preciso mencionar que o "papai" e o "amigão" compraram a assinatura somente para ajudar.
Supremo Azar:
Lá pelos anos 1956/1957, em dia de "pelada" lá no campinho de futebol que ficava perto da casa do senhor Genésio Gama, um colega, cujo nome nós omitimos, se apertou de repente e foi fazer o "serviço" no meio do mato que margeava um dos lados do campo.
Entrementes, pouco depois, absorto no que fazia e por puro azar, ele foi surpreendido por outro colega que fora ali pegar uma bola que havia caído. Pego de surpresa e assustado, ele tentou fugir ao flagrante levantando-se rápido e ao mesmo tempo tentando suspender as calças. Mas, era tarde demais. O que deveria ter ficado exposto lá no chão se mantinha ainda preso e oscilava grotescamente no ar denunciando sua ação. Incontinente, o intruso apontou o dedo e sentenciou: "Tocudo".
Só para complementar, lembramos que na outra lateral do campo e paralelo à estrada de rodagem passava o rio São Lourenço, afluente o rio Timbuí.
Nota final e especial
Como já foi mencionado no início dessas narrativas, tudo o que foi escrito é simples recordação. Às vezes aparecem de forma exata, outras vezes nem tanto e outras, ainda, rodeadas de um pequeno floreio. Em síntese, hoje sinto orgulho em dizer: Eu estudei no Seminário dos Padres Capuchinhos em Santa Teresa (ES).
F i m
Fotografias
Velho Seminário e o teatro (casarão) à direita. Mais tarde ele seria demolido. |
Velho Seminário após a reforma. O teatro (casarão) já demolido. |
Novo Seminário - Bairro Dois Pinheiros. |
Início das obras do Novo Seminário. Data: 1955 (Foto cedida por José Carlos Mattedi)
|
Novo Seminário em obras. Data: 1957 (Foto cedida por José Carlos Matted)i |
Seminaristas - Seminário Seráfico São Francisco de Assis - Santa Teresa (ES). Data: abril de 1955. Local: Em frente ao teatro (galpão). Da esquerda para a direita, sentados:Frei Apolinário de Sortino, Frei César João Broetto, Dr. Calabro, Frei Tarcísio de Palazzolo (Custódio Provincial), Ricardo Buffa (Engenheiro), Frei Querubim de Sortino, Frei Antônio Elizeu Zuchetto e Frei Anselmo Corteletti. Seminaristas identificados: 1 - Ailton Ribas; 2 - Enio Pedro Loss; 3 - Jair José Cuquetto; 4 - Jayr Antônio Sylvestre; 5 - Antônio Elias Mattedi; 6 - Alcino Luiz de Souza; 7 - Miguel Arcanjo Sclauzero; 8 - Geraldo Magela; 9 - Nailton Ronconi; 10 - Carlos Alberto Bela Rosa; 11 - Altayr José Mattedi; 12-Léo Fernandes;
13-Lourival Pereira da Silva; 14 - Clodival Fábris; 15-Antônio de Paula; 16- Idomar José Taufner; 17- Jair Fanti; 18 - Adelques Paulo Tonini; 19- Adão Pedro de Brito Prata.
Gruta Nossa Senhora de Lourdes pertencente ao Velho Seminário. |
O Velho Seminário após a reforma. Data desta foto: 09.06.2007 Altayr José Mattedi. Ex-seminarista da turma de 1954. |
A gruta do "Velho Seminário" - Data dessa foto: 09.06.2007 Da esquerda para a direita: Lorena Marques Mattedi, Milena Marques Mattedi , Altayr José Mattedi e Mariza Marques Mattedi |
Códigos utilizados por Frei César João Broetto para atribuir nota aos alunos. (Fonte: Livro "Memórias" de Frei Cesar João Broetto) |
Veteranos frades Capuchinhos |
1935
Adão Clemente Souza Santos
Adão Clemente Souza Santos
Alcides Tomasi
Alfredo Antônio Zannoni
André Ronconi (Frei Vital de Santa Teresa)
André Torezani
Antonio Rondelli
Arlindo Pazolini
Cândido Dalla Bernardina
Carlos Frecchi
Carlos Pazolini
Carlos Pazolini
Clodoaldo Vieira
Darly Nerty Vervloet
Drasto Merlo
Euclides Binns
Francisco Meneghini
Frederico Cassani
Hermyr Valvassori
Jerônimo Bersani Filho
João Broetto (Frei César de Santa Teresa)
Joaquim Luiz Mer
José Bersani
José Regattieri
Marcos Severino Guerra
Mário Agostini de Carli
Mário Gottardi
Nilo Werneck Espíndula
Pancrácio Bellumat
Primo Valvassori
Rubens Ferrari
Silvino Bellumat
Telésforo Eugenio Corteletti (Frei Estevão de Santa Teresa)
Tomaz Merlo
Valdyr Brás Pereira
Victor Biasutti
Victório Emanuel Mattedi
Zair Nunes
1936
Alcias Zacché
Almir Zacché
Alvino Gati
Dionísio Del Santo
Elpídio Andrich
Mário Broeto
Nelson Torezani
Primo José Ribeiro
Roberto Petrocchi
Santo Durval Farinell
1937
Benício Ceolin
Davi Evaristo Zanotti
Elídio José Zanoni
Elídio José Zanoni
Eucledio José Colnago
Homero Martins
Idaury Casotti
José Carlos Mainardi
José Frecchiani
Mário Santana
Paulo Bonino de Freitas Pacheco
Paulo Gomes da Costa
Pedro Colnago
Pedro Dalcomune
Rachelo Vitali
Severino Boschetti
Valdemiro Martinho Zanotti
Valdyr Crema
1938
Aival da Luz
Aldeques Zacché
Alvino João Scardua
Caetano Stefanon
Francisco Martinho Zanotti
Jarbas Firme Coelho
Robson Scardua
Rubens Santana
Venâncio Henrique Neppel
1939
Adirceu Sperandio
Amilar Rodrigues Dias (Frei Bernardo de Pitanga-MG)
Armando Passamani
Carlos Corteletti (Frei Celestino de Santa Teresa-ES)
Emílio Schulthais
Genuíno Rasseli
Jamil Zouain
Jeronimo Zanandréa Neto
João da Mata
José Zouain
Manoel Gomes Pimentel
Michel Zouain
Moacir José Serafini
Orestres Soneghetti
Roberto Riccio
Serafim José Pereira (Frei Raimundo de Itambacuri-MG)
1940
Antonio L. Bonino Gasparini
Darcy Barros Soares
Elizeu Zuqueto (Frei Antônio Zuqueto de Resplendor-MG).
Fernando Simões
Genaro de Souza Neto
Hélio Henrique Pretti
Jair Mendes
Jessy Favaro
José Luiz Claudio Correia
José Mainardi
José Rodrigues Dias
Laudelino Geraldo de Oliveira (Frei Henrique de Coração de Jesus-MG)
Oscar Ferreira Coelho
Osvaldo Zanandréa
1941
Alcebíades Gama
Benito Zanandréa
Desidério Corteletti
Durval Delfino (Frei Anselmo de Santa Teresa-ES)
Fábio Rubens Ruschi
Geraldo Tavares Soares
Ivanildo Pretti
Jairo Mendes
Joanir Barbosa Frederico
José Eurico Ruschi
José Maria Viana
Josenildo Pretti
Lauro Zerboni
Mário Rony Vaccari (Frei Modesto de Santa Teresa-ES)
Newton Cesar Moreira
Octacílio Coser
Paulino Abreu Ferreira
Paulo Pazolini
Pio Angélico Corteletti
Rômulo Ramengli
Sebastião de Freitas
Setembrino Idwaldo Netto Pelissari
1942
Élcio Erly Pretti
Geraldo Pretti
Gersino Coser
Osvaldo Lira
Rubens de Morais Ataíde
Sabino ou Salim Raggi
1943
Adair Ferreira Dias (Frei Eustáquio de Itambacuri-MG)
Celso Augusto de Francesco
Durval Pretti
Edson Nunes Marreco
Eugênio Corteletti "Gruga"
Florentino Nicolau Corteletti
Geraldo Ferreira Dias (Frei Angélico de Teófilo Otoni-MG)
Gilson de Paulo
Luiz Brun
Luiz Carlos Biasutti (Frei Carlos de Santa Teresa-ES)
Luiz Vieira dos Santos
Milton Corteletti
Milton Ferreira de Oliveira
Nelson Pretti
Pedro Paulo Gasparini
Renato Rodrigues Dias
1944
Antônio Alves de Souza
Antônio Batista Correia (Frei Benjamin de Ibiraçu-ES)
Antônio Rodrigues Dias
Dário Corteletti
Ermelindo Carneiro Filho
Firmino ou Francisco Corteletti
Ilmar Antônio Ferrari
Ilson João Ferrari
José Juventino Costa
José Patrocínio Costa
Mário Ferraz da Silva
Moacir Machado
Ulisses Francisco Câmara
Valdemar Zanotti
1945
Gibson José Martins
José de Oliveira Silva
José de Souza Lima
Osvaldo Francisco Pina
Ramiro Francisco Neves "Mico" (Frei Agostinho de Teófilo Otoni-MG)
Salvador de Souza
1946
Antonio Ângelo Corteletti "Tibirica" (Frei José Corteletti de Santa Teresa-ES)
Ari Sebastião Bortolini
Dionísio Regattieri
Edson Pretti
Gersino Maestri
Hilton José Corteletti
José Ribeiro Filho
Laurindo Demoner
Lino Miguel Rosa
Nuno Alves Pereira
Odilon Espíndula Monteiro
Olindo Loss
Oscar Roccon
Paulo Roccon
Renato José Bortolini
Valdir Carlos Loss
1947
Antônio Luiz Rasseli
Arnaldo Francisco Marchesini
João Bertolo
José Alberto Pissaia
José Renato Zottich
Lucas Miranda
Luiz Eleotério Lani
Manuel Demuner
Mário Daniel Novelli (Frei Luiz de Santa Teresa-ES)
Nemésio Regattieri
Rubens Humberto Pretti
Valdomiro Jacomo Cometti
1948
Aldevino ou Valdevino José Schmidt
Alziro Vicente Roldi
Antônio Geraldo Pereira
Clovis Possatti
Durval Battisti
Eulálio Rizzi
Evandro Pretti
Geofrey Alberto
Geraldo Bertolo (Frei Salvador de Santa Teresa-ES)
Geraldo Magela de Souza
Jadir Antônio Rover
João Galimberti
Joe Luiz Friggeri
José Gregório Marques de Oliveira "Piúca" (Frei Mauro de Itambacuri-MG)
Lupicínio Regattieri
Otávio Carlos Rasseli
Pedro Paulo Tomé (Frei Augusto de Santa Teresa-ES)
1949
Alberto Alexandre Ferreira
Aldo Checchi
Almerindo Tomasini
Carlos Augusto Marques Gurgel
Dário Alves Pereira
Francisco Inácio Garrocho
Geraldo Coli
Gervásio Alves Pereira
Hélio Roque Chisté
João Roque Chisté
José Carlos Loss
José Geraldo Guedes
Josemar Rodrigues da Silva (Frei Clemente de Itambacuri-MG)
Lúcio Antônio Neves de Oliveira
Nelson Broseghini
Ronaldo Bortolini
Sebastião Campos Lopes ou Sebastião Lopes da Silva (Frei Joaquim de Itambacuri-MG)
Virgílio Luiz Schmidt
Vitorino Fernando Rasseli
1950
Alexandre Melotti
Antônio Marques de Oliveira "Tozinho" (Frei Maurício de Itambacuri-MG).
Dartagnan Campo Dall'Orto
Dimas de Castro Neves (Frei Dimas de Itambacuri-MG)
Dirceu Valdir Giuberti
Edson Sessa Campinhos
Henoc Pereira da Silva
Irineu Lucchi
Jandiro Ribeiro
José Agnaldo Lopes Pinheiro
Lauro Ferreira de Souza
Lúcio Valentim de Souza (Frei Eduardo de Itambacuri-MG)
Manoel Antônio Machado
Rivadávia Fernandes da Silva
1951
Alvino Cleris Rosi
Antônio Batista Zorthéa
Antônio Carlos Alves
Antônio Carlos Zamprogno
Aristides Irio Zanotelli
Carlito Neves Lacerda
Célio Ferreira Nunes (Frei Roberto de Virginópolis-MG)
Domingos Loss Pugnal
Drausio José de Oliveira
Geraldo Magela de Oliveira
Gercemyr Dionísio Spalenza
Henrique Corona Gatti
Ireny Jorge Locatelli
Ivo Roccon
Jair José Cuquetto (Frei Elias de Santa Teresa-ES).
Jair Roccon
Jayr Antônio Sylvestre "Perú" (Frei Jayr Sylvestre de Santa Teresa-ES).
João Isidoro Loss
Joaquim Ferreira Ramos
José Maria Sclauzero
José Saide Perpétuo Leite
Lair Antônio Romagna
Leandro Jeronimo Bellumat
Lilito Moacir Caser ou Moacir Lilito Caser
Luiz Aureliano de Souza
Márcio Gomes Neves
Nelson José Martins (Frei Sérgio de Santa Teresa-ES)
Nilson Broseghini
Odival Cassani
Orlando Valger
Paulo Robero da Silva
Percival Amaral Costa
Rivany Fernandes da Silva
Roberto Luiz Bastos
Volmar Romeu Zanotti
Wilson Jorge Cruz
1952
Agostinho Vedova
Domingos Hélio de Araújo
Edson de Paula e Silva
Gentil Francisco Mattedi
Hilton Boechat Sobrinho
Jacir Antônio Taufner
João Bragança
José Altino Scardua
José Barbosa Viana
José Carlos Lima Campos
José Fabiano de Souza
José Ribeiro de Souza Aguiar
Leopoldino José da Cunha
Moacir Lucchi
Narciso Loss
Odilon Nunes Barbosa
Pedro Almeida Pontes ou Torres
Ridavil Brito Pontes
Robson Gomes de Carvalho
Sebastião Cristofori
1953
Adão Pedro de Brito Prata "Campeão" (Frei Marcelino de Mantena-MG)
Alair Antônio Zanotti
Altamiro Patrício
Arlindo Roberto Tomasini
Aroldo Antônio Stelzer
Calixto Romualdo Casotti
Clodival Fábris (Frei Paulino de Santa Teresa-ES)
Edmar Pretti
Edson Euclides Pretti
Eduardo Acelino Costa
Elber Boechat
Idomar José Taufner
Joaquim Valente Neto
Lourival Pereira
Natalino Picinati
Obernevon Fernandes da Silva
Walace Judismar Simonasi "Lazinho"
1954
Adelques Paulo Tonini
Aguilar Ângelo Simonassi
Alcino Luiz de Souza (Frei Jaime de Manhuaçu-MG)
Altayr José Mattedi
Antônio Camargo Rocha
Antônio Elias Mattedi "Tamborete" - (Frei Oto de Santa Teresa-ES)
Antônio Flávio Falci
Carlos Alberto Bela Rosa
Dalceu Loyola
Dauro José de Bortoli
Deladier Simonassi
Ernandes Agostinho Simonassi
Geraldo Saldanha "Geraldo Bulau"
José Fernandes da Silva Neto "Iéié"
José Monteiro
José Teixeira Sobrinho
Léo Fernandes
Nailton Ronconi
Renato Sarnaglia
Vander Justino dos Reis
1955
Antônio de Paula (Frei Matias de Barra de São Francisco-ES)
Antônio Neves
Aylton Ribas
Carlos Alberto Abreu Valença
Darcy Francisco Lani
Domingos Regattieri
Ênio Pedro Loss
Jair Fanti
Luiz Carlos Zanotti
Miguel Arcanjo Sclauzero (Frei Marcos de Santa Teresa-ES)
Valcides Moscon
Vitório Roccon
1956
Ademir Domingos Guimarães
Alceu Bernardo Martinelli
Aldicir Tonini
Aldicir Tonini
Aluimar José Pinto
Amantino Coimbra
Antônio Geraldo Coser
Antônio Lídio Tóffoli (Frei Victor de Santa Teresa-ES)
Antônio Rodrigues Correia
Antônio Silluzio
Aventino Gilberto Dematè "Ventania".
Custódio de Souza Dias
Eustáquio Marques de Oliveira
Evandro Batista Coelho
Itamar José Tonini
Jandiro Perini
Jorge Wilson Gonçalves Pereira
José Gonçalves Rodrigues
José Lopes de Salles
José Pedro dos Santos
José Pereira Alves "Coé"
José Roberto de Oliveira
Luiz Carlos Baptisti
Osório Santos Guaitolini
Pergentino Alves de Araújo
Roberto Luiz Zamprogno (Frei Sebastião de Santa Teresa-ES)
Sebastião Emanuel de Morais
Sílvio Alves de Araújo
Sílvio Luiz Graziotti
Vitor Cavarra
Wellington Torres
Nota: Aldicir Tonini não consta na relação do livro de Frei José Corteletti.
Também não temos certeza se ele é realmente da turma de 1956.
Também não temos certeza se ele é realmente da turma de 1956.
1957
Aldivas Mattedi
Antônio Jair Daltoé
Arlindo Bispo
Carlos Alberto de Oliveira
Dailton Barbosa
Genaro Martins Roque
Hélcio Spinolla (Não temos certeza ser 1957 o ano de sua matrícula)
Hélcio Spinolla (Não temos certeza ser 1957 o ano de sua matrícula)
Hermes de Souza
Hilton André Valvassori
Irony Gonçalves de Oliveira
João Batista Gracelli
Jorge Veiga Ulberg (Frei Marcelo de Resende-RJ)
José Gonçalves de Oliveira
José Saldanha Borges
Luiz Carlos Rasselli
Tarcisio Pinto de Almeida
Valdevino Antônio dos Santos
Valentim Alves Veiga
1958
Aylton Mattedi (Frei Renato de Colatina-ES)
Clóvis Varejão Merlo
Desidério Bonifácio Roldi
Iarly Colli
Joaquim Fernandes de Andrade
José Carlos Rasseli
Juvenil Bicalho (Frei Newton de Manhuaçu-MG)
Marcos Fábio Coutinho
Orlando José Dossi
Vitalino José Moscon
Vitorino Martins
1959
Alonsio Roberto Lopes
Anísio de Almeida Moreno
Carlos da Silva
Dalton Batista Coelho
Edson Rodrigues da Silva
Ernandes Moreira de Abreu
Eurides Roldi
Euzébio Bento Rocon
Fábio Cortez (Frei Fabiano de São Paulo-SP)
Flávio Giesen
Francisco de Assis F. da Silva
Francisco Marques
Francisco Silluzio
Franklin Delano Magalhães
Gilberto Spalenza
Gustavo Ferreira dos Santos
João Luiz Teixeira Coelho
José Elias Roldi
José Nadir Giuberti
Luiz Carlos Lacerda Filho
Luiz de Bessa e Silva (Frei Maurício de Itambacuri-MG)
Orly Lacerda de Oliveira
Paulo Gilberto Queiroz de Castro
Paulo Mattedi (Frei Paulo de Santa Teresa-ES)
Paulo Mattedi (Frei Paulo de Santa Teresa-ES)
Sebastião Luiz Coutinho Negri
Valdomiro Vieira
Valteir de Oliveira Lacerda
1960
Adail Almeida Moreno
Adolfo Luiz Andrade
Aldeques Roque Giuberti
Antônio Bertolo
Antônio Carlos Rasseli
Antônio Honório Domingos
Clóves Augusto Mattedi "Clovim"
Delcy Dantas
Delson Bandeira Rocha
Devair Fiorentini
Diógenes Ramos da Silva
Edson de Abreu Gama
Eduardo Erci Coelho
Eduardo José Coelho
Enildo Pedrini
Gabriel de Luca Filho "Fumo".
Genesélio Antônio Rasseli
Geraldino Paulo Perini "Canápio"
Geraldo Alves Machado "Pê-Gê" (Frei Geraldo de Conceição do Mato Dentro-MG)
Henrique Pedrini Filho
Jasão Barbosa Duarte
João Aroldo
João Batista Rasseli
João José Mantoanelli
João Luiz Correia
João Marcarini Filho
José Alfredo Gonring
José Antônio Dornelas Cerqueira (Frei José Antônio de Muriaé-MG)
José Carlos Bertolo (Frei Salvador de Santa Teresa-ES)
José Carlos Mattedi (Frei José Carlos de Santa Teresa-ES)
José Elias Zanotti
José Lopes Ricon
José Maria Zanetti (Frei Tadeu de Santa Teresa-ES)
Jumar José Tomé da Silva
Leôncio Roberto Lopes
Luiz Carlos Biasutti "Calú"
Luiz Tito de Souza
Manoel Lourenço
Manoel Moreira de Oliveira
Martinho Sebastião Roldi
Milcíades Candido dos Santos
Nilo Inocêncio Martinelli
Paulo Roberto de Luca "Fumo".
Pedro Celestino dos Santos
Ubirajara de Abreu Gama
Vital André Tóffoli
Wilson José Tomasi
1961
Adalberto Dionísio Mattedi (Frei Adalberto de Santa Teresa-ES)
Adalto Mattedi
Antônio das Graças Gualter
Antonio Geraldo Mattedi
Antônio Pereira Costa
Aylton Domingos de Oliveira
Carlindo Tristão Charpinel
Carlos Augusto de Oliveira Bezerra
Celestino Rocha da Silva
Celso Coelho Magalhães
Delson Coelho Menezes (Frei Delson de Virginópolis-MG)
Deomar Drasto Mônico
Edison Luiz Moulin Albuquerque
Euclecio Batista Nascimento
Francisco de Assis Dornelas Cerqueira (Frei Francisco de Muriaé-MG)
Genésio Martins
Gilson Geraldo Carvalho
Henrique Gilberto Tóffoli
Idiomar Antônio Tonini
Joacir Luiz Tomasi
João Caldeira Perpétuo
João Carlos Miranda
João Luiz Casteluber
José Irmo Gonring (Frei José Irmo de Santa Teresa-ES)
José Almeida Galdini
Lucio José de Mendonça
Marcos Reginaldo Torres
Marcos Renan Rodrigues Moulin
Nelson Raul da Silva Moulin
Osmar dos Santos Sarmento
Ronaldo João de Barros Monteiro
Rosental Calmon Alves
Valter Passos
Vitorino José Schmidt
Wilson Sgrancio
1962
Ademir Monteiro Klein
Adir Sebastião Demoner
Aldacyr Mattedi
Alen Silva Boechat
Altino Marques Vieira
Aluyzio Pinheiro de Godoy
Antônio Alves de Jordão
Antônio Fernando Merlo
Antônio Haroldo Coutinho
Antônio Tadeu Esteves Lages
Augusto Ruschi Filho
Benjamin Zacché Netto
Clério Lima
Daniel Francisco Manfioletti
Edílio Basílio de Souza
Edson Soares Benfica
Eustáquio José de Souza
Evandro Nunes da Silva
Fernando Manoel Scarton
Gilson Cesar Sponfeldner
Geraldo Batista Coelho
Gilberto Batista Coelho
Gladston de Luca
Honório Basílio Neto
Ismar Pedro de Menezes
Jarbas Regattieri
Jefferson Meneghelli
João Bosco da Cunha Menezes
Jorge Regattieri
José Maria de Menezes
José Mauro Biasutti
José Murilo Coutinho
Josenóbio Martins Depoli
Juarez Lopes Figueiredo
Laurindo Sebastião Corteletti
Luiz Antônio Moulin da Silva
Luiz Antônio Trindade Carvalho
Luiz Gonzaga Caldeira
Marcos Tadeu Dalcomo
Martir Auer
Mercio de Vasconcellos Afonso
Osvaldo Getúlio Rocon
Osvaldo Guilherme de Oliveira
Osvaldo Silva
Paulo Roberto Ferreira
Ramiro Ferreira Souto Filho
Robson Luiz Pizziolo
Tadeu Sebastião Corona
Walter Medeiros Filho
1963
Afrânio Rodrigues Coelho "Pafúncio"
Agostinho José Coelho
Ailton José Figueiredo Coelho
Antônio Moacir Ávila
Diogo Napoleão Casotti
Djalma Casotti
Edílio Batista da Silva
Edson Lima de Almeida
Eurico Perpétuo
Fernando Mattedi
Francisco de Assis Soalheiro
Francisco Garcia Soler
Getúlio José Dettoni
Gilberto Machado
Gilberto Vial Batista
Heraldo Furtado Rodrigues Filho
Isaias do Carmo Gomes
Itamir Charpinel de Souza
Ivo Paulo Casotti
Jonas Giuberti
Jonas Pio da Veiga
José Assis de Souza
José Luiz Garcia Soler
José Luiz Perini
Josemar Bersani
Júlio Cesar Vieira ou Rodrigues
Leogildo Charpinel de Souza
Lindemberg Bragança
Luiz Antônio Sperandio
Luiz Carlos Correia Lima
Luiz Mateus ou Mauro Corteletti
Márcio Antônio Paiva Fernandes
Marcos Antônio Bringhenti
Nilo Sérgio Baia
Pedro Augusto Charpinel
Sebastião Miranda
Tarcisio Rodrigues de Oliveira
Waldemar Duberstein
Weider Barreto de Aguiar
1964
Adão Barbosa dos Santos
Ademir José Gonzalez
Adilson Batista Mathias
Aimoré Rabelo Nogueira
Alberto Ponzo Filho
Antônio Borges Filho "Taioba"
Antônio Campos Neto "Pinguim".
Antônio Pondo
Carlos Augusto Gonring
César Antônio Angeli
Derval Batista de Oliveira
Djalma Rodrigues de Souza
Epaminondas Batista de Oliveira
Esteves Rocha Nunes
Geraldo Monteiro (Frei Geraldo de Santa Leopoldina-ES)
Geraldo Washington Leite
Jacy Pedro Milanezi
Jacyr Telles da Silva "Cascudo"
Jacyr Telles da Silva "Cascudo"
Jefferson Dall'Orto Nunes Silva
João Batista Zamborlini "Kiú"
José Cesar Lopes
José Dionízio Cerqueira Alvim "Zeca"
José Edson de Magalhães
José Osvaldo de Oliveira Herzog
Júlio Cesar dos Santos
Laureano Coelho de Menezes "Loló".
Luiz Erivaldo do Nascimento
Luiz Sérgio Venturini
Manoel Soares Pereira de Andrade (Frei Manoel de São Gonçalo-RJ)
Moacir Fernandes Soalheiro Filho
Pedro Carlos Costa
Renato Esteves Lima
Roberto Marcos Badaró
Ronaldo Antônio de Oliveira Pires
Rubens Antônio Rossi
Sandro Antunes Braga
Washington Luiz Leite
1965
Amadeu Pancieri
Alfredo Giuberti "Bigorrilho"
Almir Marcos Cocchetto
Ângelo Acácio Pancieri
Antônio Vicente Zamborlini "Nhá Batata"
Carlos Corteletti Filho
Fernando Antônio Cotta Mares (Fernandinho)
Francisco Comper
Jorge Vaccari Garaípe
José Gilberto Baggieri (saiu neste mesmo ano e depois reingressou em 1967).
José Gilberto Baggieri (saiu neste mesmo ano e depois reingressou em 1967).
Roberto de Gusmão Brito
Valtoir Mateus Margon
1966
Antônio Luiz Macedo de Oliveira
Carlos Valter Elias Ferreira
Cleber Klinger Pecinali Tapias
Darcy Alberto Palácio
Dilson Vieira Alves
Djalma dos Reis Bissoli
Floriano Luiz Bausen
Geraldo Vergetti
Haroldo Lumbreras Junior
Jaez Francisco Ramos
Jorge Fernandes Borges Maia
José Carlos de Souza Nogueira
José Drumond Motta Júnior
José Nicodemos Covre
Roberto de Oliveira Sá
Vander José Leite
1967
1967
Ach Alexander Machado
Antônio Augusto dos Santos Barbosa
Antônio de Paula Alves
Antônio Luiz Bersani
Antônio Mário Loriato "Macarrão".
Augusto Luiz Costa
Carlos Maximo Erler "Ziquizira"
Divaldo Jorge Miranda
Edmar Cesar Cipriano
Edval Magno Cipriano
Eliseu Francisco Demuner
Eristeu Giuberti
Eugênio Tadeu da Silva Marcelo
Genuíno Magalhães Soriano
Gilberto Luiz de Oliveira
João Batista Félix Cordeiro
João Cirilo da Costa
Joel Ferreira da Silva (Padre Joel)
José Augusto Armelini
José Carlos Pokorni
José Carlos Zanotti "Pinga Fogo"
José Francisco Taufner
José Lázaro Venâncio
José Lúcio Coser
José Marcos Goronci
José Maria Rocha "Mico Feijão"
José Miguel Loss "Zé Preguiça".
José Tadeu Zanotti
Leonardo Machado
Lourenço Mattedi
Luiz Antônio Zanotti
Marco Aurélio Silva
Moacir Genuíno de Lima
Nelson Mognato
Odilon Machado Saldanha
Odival Antônio Rocon "Puína"
Paulo Cesar Baía
Paulo de Souza
Renato Bersani Rocha
Rogério Alberto Sacht
Rubens Luiz Vallandro
Valdir João Cocchetto
Wagner Ferreira Marins
Zeno Fernandes
1968
Antônio Hélio Goronci
Carlos Alberto Mouro
Carlos Roberto Chisté "Penitência".
Celso Machado
Francisco Viveiros de Souza
Hamilton Luiz da Silva Santos
José Eugênio Noujemi
José Haroldo Corteletti
José Manoel Viveiros de Souza
José Sandoval Rodrigues
Ney Menezes Mouta
Primo Sérgio Totola
Reginaldo Leon Júnior
Ricardo Antônio Amaral
Robson Carneiro
Solimar Zanoni
Valdemar Rocon
Vitor Edson Corteletti
Willian Perez da Silva
1969
Carlos Magno Dias Ferreira
Delson Casotti
Flávio Átila Souza Corteletti
Irineu Geraldo Zanotti
José Augusto Vaccari "Alemão"
Manoel Germano dos Santos Filho
Nelson Coelho de Oliveira
Paulo Roberto Maciel
Ronaldo Francisco Lopes
Ubiratan Moulin de Moraes
1970
Altivo Correia Júnior
André Perim Neto
Antônio Irineu Gonring
Antônio Valentim Sancio
Edmar Cândido Rodrigues
Erivaldo Koelhert
Jaime Braz Armelini
Jocemar Paulo Bacardi
Jorge Luiz Amorim
Marcus Aurélio Lins Borges
Paulo Sérgio Lorenzoni
Pedro Heráclito Cozer
Wellington Ferreira Paes
Zaiter Gomide Castanheira
1971
Fernando Ferreira Luz
João Brito Neto
Jorge Elias Noujemi
Jorge Werneck da Rocha
José Carlos Castro Santos
José Ferreira da Costa
Paulo Roberto de Souza Câmara
Zélio Lucchi.
Observação. Essa relação de seminaristas foi extraída do livro "Os Capuchinhos e a Instrução
em Santa Teresa" de Frei José Corteletti e complementada com informações de outras fontes.
É provável que haja a ausência de alguns nomes e há outros nomes com a grafia incorreta.
Alvino Soares de Freitas
Observação. Essa relação de seminaristas foi extraída do livro "Os Capuchinhos e a Instrução
em Santa Teresa" de Frei José Corteletti e complementada com informações de outras fontes.
É provável que haja a ausência de alguns nomes e há outros nomes com a grafia incorreta.
Relação complementar de ex seminaristas
Os seminaristas a seguir relacionados não constam no livro "Os Capuchinos e a Instrução em Santa Teresa" de
Frei José Corteletti. Eles constam apenas no "Documentário do Centenário de Santa Teresa" de Luiz Carlos Bia-
sutti (Ex Frei Carlos). Há também alguns nomes que não constam em nenhuma das duas relações acima, mas que
foram meus colegas (entre 1954 e 1960), como é o caso do Carioca, Carmelo, Dante, Hélcio, Jonas Simonassi e o
Pôncio.
Alvino Soares de Freitas
Antônio Luiz Zanotelli
Carioca (Era do Rio de Janeiro. Falta apurar seu nome verdadeiro).
Carmelo (Era italiano. Falta apurar seu nome verdadeiro).
Dante (Era de Barra de São Francisco. Apurar o nome completo).
Carioca (Era do Rio de Janeiro. Falta apurar seu nome verdadeiro).
Carmelo (Era italiano. Falta apurar seu nome verdadeiro).
Dante (Era de Barra de São Francisco. Apurar o nome completo).
Davi Penha Correa
Edson Rodrigues Salomão
Eldemir José Del Caro
Francisco Moreira
Gilson Machado Pereira
Hebe Biasutti
Jonas Simonassi (Natural de São Jacinto).
Jonas Simonassi (Natural de São Jacinto).
José Maia
José Moreira
Milton Boechat da Silva
Ovídio de Carli
Pedro Vicente Gasparini
Pôncio (Falta apurar seu nome completo)
Pôncio (Falta apurar seu nome completo)
Sili Bastos Monteiro
Wilson de M. Fagundes
Fontes consultadas:
- Livro "Memórias" de Frei César João Broetto.
- Livro "Missionários Capuchinhos" de Frei Serafim José Pereira.
- Livro "Os Capuchinhos e a Instrução em Santa Teresa" de Frei José Corteletti.
- Documentário do "Centenário do Município de Santa Teresa-ES" de Luiz Carlos Biasutti.
- Alguns poucos ex-colegas de Seminário.
Altayr José Mattedi
Rua Dr. Renato Araújo Maia, 350
CEP-29830.000 - Nova Venécia (ES).
Telefones: (27) 3752-1227 e 98858-1228
E-Mail: altayrmattedi@gmail.com
S
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